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Câncer de ovário: as novidades no tratamento desse grave tumor

Apesar de não ser o mais comum, o câncer de ovário é o mais grave dos tumores ginecológicos. Constitui 4% de todos os tumores malignos do corpo humano, e se instala predominantemente em mulheres acima de 50 a 60 anos. A probabilidade de uma mulher desenvolver câncer de ovário durante a vida é de uma […]

Por Fernando Cotait Maluf
Atualizado em 30 jul 2020, 21h14 - Publicado em 28 nov 2016, 14h22
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    Apesar de não ser o mais comum, o câncer de ovário é o mais grave dos tumores ginecológicos. Constitui 4% de todos os tumores malignos do corpo humano, e se instala predominantemente em mulheres acima de 50 a 60 anos. A probabilidade de uma mulher desenvolver câncer de ovário durante a vida é de uma em 71. Devido a sua localização, o câncer de ovário tem um crescimento muitas vezes “silencioso” e com poucas manifestações clínicas. Por essas razões, a maioria dos casos de câncer de ovário só é diagnosticada quando as células malignas já se disseminaram pelo peritônio (membrana da cavidade abdominal que abraça as alças de intestino). Nesse momento, apesar da cirurgia radical e das drogas quimioterápicas, uma grande parte das mulheres não tem seu tumor curado e deve fazer sessões intermitentes de quimioterapia, o que as leva a um desgaste físico e psicológico em decorrência da doença e do próprio tratamento.

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    Nos últimos anos, estudos foram apresentados na busca de novos medicamentos não quimioterápicos, com a missão de melhorar os resultados em pacientes com câncer de ovário. Duas medicações, que atuam de modo parecido contra as células do câncer de ovário, impedindo que o DNA das células malignas seja restaurado após uma agressão, foram apresentadas. Esses remédios inibem uma proteína chamada (PoliADP ribose polimerase), que mantém a integridade do tumor e que, quando bloqueada, leva à morte das células tumorais. A primeira dessas medicações, chamada Olaparib, foi estudada em 265 pacientes que tiveram seu tumor recidivado após o tratamento inicial. Nesse estudo, as pacientes foram divididas em dois grupos: o primeiro recebeu Olaparib por via oral e o segundo, placebo. Pacientes que foram tratadas com o novo medicamento permaneceram o dobro do tempo sem ter sinais de piora da doença e, com a atualização dos dados, ainda aumento na sobrevida. O segundo remédio, administrado por via endovenosa, chama-se Iniparib e, segundo dois estudos do grupo de oncologia da Harvard, foi associada à redução do tumor em 25 a 65% das mulheres tratadas. Essas duas medicações, ainda em fase de estudos avançados e ainda não aprovadas, surgem como promissoras novas alternativas no tratamento de câncer de ovário recidivado pelas elevadas taxas de resposta, por apresentarem poucos efeitos colaterais, e por terem uma ação contra o tumor diferente das quimioterapias tradicionais.

    Uma outra classe de drogas, um anticorpo que bloqueia a formação de vasos sanguíneos tumorais impedindo que nutrientes e oxigênio chegue ao tumor, também mostrou resultados otimistas em pacientes com tumores de ovário avançado. Essa droga, chamada Bevacizumab, administrada pela via endovenosa, foi avaliada no tratamento inicial em dois estudos comparativos (um americano e um europeu) que incluíram mais de 3000 pacientes com doença avançada e que demonstraram que essa nova droga combinada a quimioterapia retardou em meses a piora da doença. Resultados positivos desse composto combinado a um outro regime quimioterápico foram apresentados em estudo incluindo 484 pacientes que não responderam bem ao tratamento inicial e apresentavam ainda uma doença sensível a outros tratamentos quimioterápicos. Do mesmo modo, estudo com Bevacizumab combinado a quimioterapia na doença já resistente a outros tratamentos quimioterápicos mostrou benefício da combinação em relação à quimioterapia isolada em termos de postergar o tempo para a doença avançar e afetar a vida das pacientes.O Bevacizumab já está disponível em nosso meio e pode ser usado em casos específicos.

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    As técnicas cirúrgicas também vêm se aprimorando e, a partir destas, um número cada vez maior de pacientes tem seu tumor operado radicalmente. Em alguns desses casos, o tratamento quimioterápico feito dentro do abdômen tem sido associado, de acordo com vários estudos, com aumento das chances de cura.

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    Ou seja, nos últimos anos, grandes avanços foram alcançados com a missão de beneficiar as pacientes. Alguns deles já disponíveis no nosso meio. Os exemplos aqui relatados devem servir de estímulo para que as mulheres com câncer de ovário se mantenham firmes e esperançosas de que fronteiras até então tão distantes estão sendo conquistadas dia a dia.

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