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Bulimia e anorexia nervosas podem estar bem ao seu lado

Bulimia e anorexia são transtornos alimentares que podem afetar qualquer pessoa e, muitas vezes, só são percebidos quando chegam num estágio grave

Por Claudia Cozer Kalil
31 ago 2017, 12h04
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  • A preocupação com o corpo, alimentação e peso ideal podem muitas vezes fugir do controle e levar o indivíduo a desenvolver bulimia ou anorexia nervosa, quadros graves de transtornos alimentares. Embora possam ser verificados em ambos os sexos e em qualquer faixa etária, há maior incidência entre adolescentes e mulheres de meia idade.

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    O diagnóstico é difícil porque o paciente muitas vezes não se acha doente, pelo contrário, acha ter encontrado a fórmula ideal para manter um peso “saudável”.

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    O que é anorexia nervosa?

    A anorexia nervosa é caracterizada por uma redução progressiva da ingestão alimentar que leva a uma perda de peso intensa, levando a um índice de massa corpóreo abaixo do limite inferior da normalidade, sem considerar a gravidade do peso conquistado e/ou não “enxerga” a própria magreza.

    Esse quadro geralmente se inicia com uma dieta ou a intenção de perder alguns quilos, entretanto eles não conseguem parar ou controlar a restrição (perdem o freio), e, como se sentem felizes com o novo corpo, recusam a aceitar o problema assim como aceitar ajuda.

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    Seu comportamento alimentar se apresenta disfuncional: come-se muito pouco às refeições, espalha-se a comida pelo prato para disfarçar a baixa ingesta, seleciona os alimentos para que tenha menor teor de calorias (saladas, líquidos, sopas, shakes), recusa comida que não tenha “controle” da preparação e/ou eventos que envolvam comida.

    Muitas mulheres cessam a menstruação como um mecanismo de defesa do organismo. Carregam também um sofrimento imenso pelo medo de engordar, relação de angústia e conflito com a comida, e muitas vezes vão se tornando socialmente reclusas por evitar eventos sociais que envolvam comida ou exponham o corpo. Por que recusam aceitar o quadro e pedir ajuda? Porque ainda acham que têm alguns quilos a perder, porque não se veem magros, nem acham que comer pouco seja um problema.

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    Muitos de vocês já viram fotos de mulheres anoréxicas na mídia e podem se recusar a acreditar que um filho ou parceiro possa ter esse problema, quando não está tão emagrecido, certo? Estamos expostos diariamente a imagens manipuladas de mulheres e homens extremamente magros que, mesmo não sendo reais, são associados a um corpo saudável e com isso, acabamos também “distorcendo” a realidade. Muitas vezes olhamos pessoas com corpos normais e achamos que ele está excessivo e olhamos pessoas desnutridas e as achamos normais.

    A bulimia nervosa

    Se a anorexia nervosa muitas vezes pode ser notada se prestarmos atenção no emagrecimento do indivíduo e no comportamento restritivo, a bulimia nervosa pode ser de diagnóstico ainda mais difícil porque os pacientes costumam manter um peso normal ou até sobrepeso e um comportamento que pode não chamar muito a atenção, já que os episódios de compulsão alimentar, que são uma característica da doença, tendem a acontecer escondidos.

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    O bulímico usa métodos purgativos ou não convencionais inadequados para perda de peso ou evitar o ganho de peso: laxantes, diuréticos, vômitos ou excesso de atividade física, por exemplo. Eles tentam manter seu peso “magro” às custas de atitudes espoliativas, mas podem comer socialmente de forma normal e, muitas vezes, até com exageros.

    O sentimento de culpa sempre que comem algo que acreditam que possa engordar é constante; sofrem pensando em peso e calorias o tempo todo e a vida gira em torno desse assunto. Assim como na anorexia nervosa, custam a acreditar que têm um problema e a procurar ajuda. O medo de engordar ou serem proibidas de usar os próprios métodos de emagrecer fazem com que prefiram viver com essa angústia a procurar tratamento.

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    O fato é que essas pessoas sofrem muito com esse conflito interno: comida, corpo e culpa; precisam de ajuda de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, nutricionistas e psicólogos. O quadro tem melhores chances de regressão quanto mais precocemente for reconhecido e tratado.

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    (Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

     

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