PT cai em armadilha da extrema-direita no debate sobre a guerra
Incendiar o debate sobre o conflito pode ser útil aos radicais. Mas é insensato à segurança do país, com grandes comunidades de imigrantes do Oriente Médio
Em nota pública, nesta terça-feira (17/10), a direção do Partido dos Trabalhadores afirmou que Israel “realiza, neste exato momento, um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra”.
Referia-se ao bombardeio de um hospital que matou centenas.
Em meio à massa de desinformação, já seria temerário atribuir-se a qualquer lado a culpa por esse ato de barbárie.
Sem evidências sobre a origem do ataque selvagem e a 10.300 quilômetros de distância do local, é, no mínimo, imprudência.
A direção do PT, aparentemente, resolveu cair na armadilha de um embate estridente com frações da extrema-direita sobre a guerra de Israel, que hoje é contra o Hamas, amanhã talvez seja contra o Hezbollah, e depois…
Incendiar o debate público sobre o conflito pode ser útil aos interessados na radicalização da política doméstica. Com certeza, é insensato à segurança de um país com grandes comunidades formadas a partir da imigração do Oriente Médio.