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Informação e análise
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Para eleitores de Bolsonaro e de Lula, democracia é a melhor saída

Datafolha mostra que indiferença sobre o regime — o "tanto faz"— é maior entre seguidores de Lula do que entre os fiéis a Bolsonaro

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 out 2022, 12h32 - Publicado em 21 out 2022, 12h00

Há uma dose ironia no comportamento dos eleitores: aumentou continuamente a preferência pelo regime democrático nos últimos quatro anos, período em que o governo foi entregue a um representante da extrema-direita cujo projeto de poder é reconhecido pelos laivos de nostalgia do autoritarismo.

Para 79% dos brasileiros, a democracia é a melhor forma de governo. É relevante que, a apenas nove dias do segundo turno, quase oito de cada dez eleitores declarem opção pelo sistema democrático — um recorde nos 33 anos de sondagens do Datafolha.

Na primeira eleição direta para presidente, a democracia era celebrada por 43%. Naquele Brasil da hiperinflação, depois de duas décadas de ditadura, a indiferença — o “tanto faz” — era significativa (22%). Competia com a admissão (18%) de um regime ditatorial “em certas circunstâncias”.

Aparentemente, a estabilização da moeda, o Real, foi decisiva para a sedução democrática: desde a virada do milênio a preferência avança continuamente.

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(./VEJA)

Alguns aspectos chamam a atenção na fotografia desta temporada eleitoral. Defensores do governo e opositores concordam na escolha do regime democrático como melhor forma de governo. É a opção de 80% dos eleitores com voto declarado em Jair Bolsonaro e de 78% de quem diz votar em Lula.

No conjunto, o apoio à ditadura é residual. Porém, é muito maior (7%) entre bolsonaristas do que entre lulistas (3%). Já no bloco do “tanto faz”, a indiferença sobre o regime entre seguidores de Lula (13%) supera a dos fiéis a Bolsonaro (9%).

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A ideia da democracia atrai tanto os mais pobres (72%), com renda até dois salários mínimos, quanto os mais ricos (92%), cujos ganhos superam dez mínimos.

É notável que, nesse ambiente, um político da extrema-direita tenha atravessado os últimos 45 meses na presidência atacando, repetidamente, as instituições democráticas e o sistema eleitoral pelo qual se elegeu e, agora, esteja disputando a reeleição em condições competitivas — oito de cada dez dos seus eleitores dizem preferir a democracia.

O Brasil de Lula e de Bolsonaro continua a ser um belo enigma na categoria das ciências sociais.

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