O cálculo de Lula para negociar com o Centrão
Em 2003, o PT elegeu 90 deputados e ele foi buscar o restante no Centrão. Deu no mensalão. Agora, aposta na federação partidária

Lula sonha com uma Federação de Esquerda, que a esquerda chama de Federação de Lula, para eleger uma bancada de 180 a 220 deputados.
Nessa projeção, o PT cresceria de 53 para cerca de 80 deputados.
A cúpula petista considera viável, por isso insiste na federação. Convidados para esse baile, como o PSB e o PDT, relutam por medo de acabar tragados na voragem petista — a do vício na hegemonia.
O cálculo lulista tem como medida a necessidade de, se eleito, negociar em condições paritárias com o agrupamento conhecido como Centrão, que reúne o PP, o PL e Republicanos.
Quem quer que seja eleito, terá que negociar com o Centrão, massa disforme mas homogênea no pragmatismo, hábil na costura de aliança com qualquer que seja o governo em troca do comando de áreas-chave da administração federal. Suprapartidário, o Centrão não tem endereço, CNPJ, CPF, placa na porta de gabinete.Não é de direita, de centro ou de esquerda. Ele é do Orçamento.
É no orçamento que está o problema do futuro governo. O Centrão, com cerca de duas centenas de votos na Câmara, fez um acordo com Jair Bolsonaro, candidato do PL, e ambos levaram as contas públicas ao um nível de descontrole sem precedentes.
Na prática, o governo administra 3% a 4% do orçamento – a maior fatia é para o pagamento de juros da dívida pública e despesas obrigatórias, como salários e Previdência Social.
Centrão e Bolsonaro turbinaram um orçamento paralelo que fez minguar a capacidade de investimentos públicos. Os adversários de Bolsonaro, como Lula, planejam mudar o jogo do orçamento. Mas, para isso, precisam de votos no plenário da Câmara.
Entre 180 e 220 é o mínimo para uma base parlamentar, tem repetido Lula em reuniões. Em 2003, quando o PT elegeu 90 deputados, ele foi buscar o restante no Centrão da época. Deu no mensalão, de memória traumática. Aposta na federação partidária como alternativa.
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