No PT, revogar é viver
Crédula na vitória, parte da cúpula gasta mais tempo na discussão sobre o formato de um futuro governo do que sobre a eleição do presente
Boa parte da cúpula do PT está convencida de que a eleição presidencial está decidida, e Lula assume no dia 1º de janeiro de 2023. O entusiasmo deriva do favoritismo nas pesquisa eleitorais.
Pelo calendário, faltam oito meses e meio para o primeiro turno eleitoral. Em política isso é uma eternidade, mas para parte dos petistas o tempo já é mero detalhe.
Por isso, atualmente gasta-se mais tempo no partido em discussões sobre o formato de um futuro governo do que sobre a eleição do presente.
Sobram planos, basicamente divididos em dois eixos: revogações, ou revisões do passado, e novos projetos, as propostas antigas que não avançaram nos governo Lula e Dilma.
Para muitos no PT, revogar significa reviver. A lista das anulações projetadas tem foco central na economia. Inclui, legislação trabalhista, teto de gastos públicos, privatizações e autonomia do Banco Central, entre outras coisas.
Na relação de novos projetos destaca-se a criação de um novo banco público, em consórcio com Argentina, Chile, Peru, Bolívia. Discute-se um eventual convite à Venezuela.
Um toque de realismo surge num aspecto consensual: tudo vai depender dos eleitores.
Só faltam 34 semanas.