Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Casado
Informação e análise
Continua após publicidade

Lula lidera cruzada antiprivatização em São Paulo, Minas e Paraná

Governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PSD)querem vender empresas estatais de saneamento, energia e gás

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 ago 2023, 09h00

Lula assumiu anunciando o fim das privatizações. A partir deste mês, vai enfrentar a pressão dos governos oposicionistas de São Paulo, Minas e Paraná, que já negociam com as assembleias de autorizações legislativa para privatizar seis importantes empresas estaduais.

Os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Romeu Zema, de Minas Gerais e Carlos Roberto Massa, mais conhecido como Ratinho Júnior, do Paraná, querem vender nos próximos doze meses meia dúzia de empresas de saneamento, energia e gás.

Os três Estados concentram 37% do eleitorado nacional e quase 40% do Produto Interno Bruto. Projetam suas privatizações, basicamente, pelo modelo sancionado pelo Congresso no ano passado na venda da Eletrobras, antiga holding estatal de energia — com um investidor (privado) de referência para se tornar controlador da empresa.

“Vamos seguir em frente com esse modelo”, disse o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta segunda-feira, ao reafirmar a disposição de vender a companhia de saneamento, Sabesp, e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia, Emae.

O governador paranaense, Ratinho Junior (PSD), foi ainda mais explícito. Apresentou à Assembleia Legislativa uma proposta para venda da Companhia Paranaense de Energia, Copel, análoga “à realizada no muito bem-sucedido processo de capitalização da Eletrobras, cuja oferta para aquisição de ações superou a quantidade ofertada, garantindo aporte bilionário para a União”.

Continua após a publicidade

Em Minas, Romeu Zema (Novo) confirmou a intenção de venda em condições similares da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).

Zema enfrenta uma dificuldade extra, precisa convencer os deputados estaduais a retirar da Constituição de Minas a obrigatoriedade da realização de um referendo na venda de empresas estatais. Essa trava constitucional foi uma iniciativa do sindicalismo local, vinculado ao Partido dos Trabalhadores, em aliança com o governo Itamar Franco na virada do milênio.

Lula assumiu a liderança de uma coalizão anti-privatizações. Uniu o governo, o PT e os sindicatos vinculados à Central Única dos Trabalhadores na disputa contra os governos de oposição de São Paulo, Minas e do Paraná.

Ele empenhou o governo nessa cruzada, no primeiro semestre, com um insólito pedido ao Supremo Tribunal Federal para anular a decisão do Congresso do ano passado que autorizou a privatização da Eletrobras.

Continua após a publicidade

Na ação judicial, acusou o Congresso de delinquência “ética e moral”. Alegou que deputados e senadores atropelaram princípios constitucionais de “impessoalidade, moralidade e eficiência”, e provocaram “grave lesão ao interesse público” para “mero favorecimento de interesses privados” na aprovação da lei de privatização da Eletrobras.

É caso incomum um presidente da República se apresentar num tribunal denunciando a Câmara e o Senado. O protagonismo nesse tipo de embate judicial costuma ficar com a Advocacia-Geral da União. Entre outras razões, para mitigar a exposição do governante aos riscos políticos em eventuais derrotas.

Lula foi em frente. O STF ainda não decidiu o que fazer, mas no tribunal considera-se que são restritas as chances de vitória do governo na anulação de uma decisão do Congresso dessa natureza, e sobre um negócio já realizado.

A base sindical petista amplia a pressão. Entidades representativas dos eletricitários anunciaram greve na privatizada Eletrobras, na próxima semana.

Continua após a publicidade

Em São Paulo, Minas e no Paraná cresce, também, a mobilização para tentar impedir as privatizações anunciadas pelos governos locais. Numa reunião de sindicalistas paranaenses, semanas atrás, o ex-governador Roberto Requião (PT) chegou a dizer: “Lula está pedindo que façamos essa pressão.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.