Lula e Bolsonaro têm influência limitada nas eleições de SP, RJ e MG
Eles não estão conseguindo arrastar seus candidatos nesses estados em ritmo compatível com a dinâmica das próprias campanhas
![.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/08/000_32H68ZM.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
A grande batalha entre Lula e Jair Bolsonaro está acontecendo nos três maiores estados do Sudeste.
A cinco dias da eleição, o ex-presidente aparece com média de 12 pontos de vantagem em Minas Gerais, informam pesquisas como a da Quaest divulgada ontem.
A luta mineira tende a ser decisiva, porque disputam-se 16,2 milhões de votos. Desde a redemocratização, nenhum presidente foi eleito sem vencer em Minas.
Lula e Bolsonaro, por enquanto, empatam em São Paulo, com 34,6 milhões de eleitores, e no Estado do Rio, onde vivem 12,4 milhões.
![2022 09 26 Vantagem de Lula no Sudeste Quaest .](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/2022-09-26-Vantagem-de-Lula-no-Sudeste-Quaest.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Esses três estados somam 63,2 milhões de votos, o equivalente a quatro de cada dez brasileiros aptos a votar no domingo. Concentram os maiores orçamentos da Federação e metade da produção nacional.
São decisivos não apenas em eleição presidencial, mas também no condicionamento político de qualquer governo federal, pela capacidade de influência de seus governos.
Lula e Bolsonaro, porém, não estão conseguindo arrastar seus candidatos nesses três estados em ritmo compatível com a dinâmica das próprias campanhas.
Em São Paulo, por exemplo, o candidato de Lula, Fernando Haddad (PT), está em declínio. Já o candidato de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos) aparenta estagnação.
Tarcísio é um estreante que Bolsonaro lançou na política paulista. Haddad, ex-prefeito da capital, empenha seu futuro nesse embate. São Paulo é o principal centro do antipetismo. A eventual eleição ao governo estadual credenciaria qualquer um dos três candidatos mais destacados para a disputa presidencial seguinte, em 2026.
![2022 09 26 São Paulo Garcia cresce Quaest .](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/2022-09-26-Sa%CC%83o-Paulo-Garcia-cresce-Quaest.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A novidade desta reta final da campanha paulista é o crescimento contínuo do governador Rodrigo Garcia (PSDB), indicado nas pesquisas como favorito para o segundo turno, dia 30 de outubro.
Em Minas, o governador Romeu Zema (Novo) mantém dezessete pontos de vantagem sobre o adversário Alexandre Kalil (PSB), apoiado por Lula.
Zema se elegeu em 2018 na poeira do bolsonarismo. Tenta a reeleição ainda no primeiro turno mantendo-se equidistante do presidente, recordista em rejeição (56%).
![2022 09 26 Minas Gerais A vantagem de Zema Quaest .](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/2022-09-26-Minas-Gerais-A-vantagem-de-Zema-Quaest.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
As pesquisas indicam que ele conta com apoio de sete em cada dez eleitores de Bolsonaro. Já o adversário Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte, ainda não conseguiu atrair mais da metade do eleitorado que declara voto em Lula.
No Rio, o governador Claudio Castro (PL) não esconde Bolsonaro na campanha, mas evita se mostrar publicamente hostil a Lula, que patrocina o adversário Marcelo Freixo (PSB), deputado federal.
Dois meses atrás, Castro e Freixo estavam virtualmente empatados. Desde então, o governador conquistou vantagem média de 12 pontos e consolidou favoritismo num eventual segundo turno.
![2022 09 26 Rio Avanço de Castro Quaest .](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/09/2022-09-26-Rio-Avanc%CC%A7o-de-Castro-Quaest.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Os resultados das pesquisas sugerem que nos três maiores estados do Sudeste aspectos da dinâmica política local prevalecem sobre tentativas de “nacionalização” da campanha. Lula e Bolsonaro têm influência limitada nas eleições de São Paulo, Rio e Minas.
É muito provável, no entanto, que, se houver uma segunda rodada entre Lula e Bolsonaro, a disputa presidencial deverá extravasar naqueles estados onde a escolha do governador estiver adiada para 30 de outubro.