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Informação e análise
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Lula e Bolsonaro lideram, mas eleitores querem propostas

Oito de cada dez eleitores dizem que escolha de candidatos terá três critérios: programa de governo (29%), na experiência (27%) e histórico na Justiça (23%)

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 mar 2022, 14h41 - Publicado em 22 mar 2022, 08h00

Lula e Jair Bolsonaro, agora, tentam se descolar dos respectivos partidos.

Ontem, por exemplo, Lula abraçou a candidatura da deputada federal Marília Arraes ao governo de Pernambuco. Ela só é petista até amanhã, quando escolhe mudar para o Solidariedade ou o MDB.

Para Lula, pouco importa a crise no PT pernambucano. E, igualmente, onde a deputada vai se abrigar para disputar — com chance real — o governo do Estado contra o PSB, seu aliado. Relevante é que governo e parte da oposição local estejam com ele.

Bolsonaro segue trilha similar. Ontem, deixou claro o desejo de atravessar a campanha e o próximo governo, se reeleito, mantendo equidistância do Centrão, grupo que tem dois sócios majoritários — o Partido Liberal (PL) de Valdemar Costa Neto, ao qual se filiou recentemente, e o Progressistas (PP), liderado por Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil, e Arthur Lira, presidente da Câmara.

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“Hoje eu falei que meu vice vai ser mineiro”, disse aos que juntou no Palácio do Planalto para celebrar os seus 67 anos. “Estou vendo aqui o Paulo Guedes e o [Walter] Braga Netto”, acrescentou rindo.

Guedes, ministro da Economia, é carioca, Braga Netto, da Defesa, é de Belo Horizonte. Se não mudar de ideia, Bolsonaro vai à luta pela renovação do mandato na companhia de outro general na reserva. O vice atual, Hamilton Mourão, deve disputar uma vaga no Senado no Rio, pelo Partido Republicanos.

Dessa forma, encerrou publicamente conversas privadas que vinha mantendo com o trio Costa Neto, Nogueira e Lira sobre a escolha do candidato a vice-presidente. Tentavam induzi-lo à escolha de um civil, político profissional e integrante de um dos partidos do Centrão. Ele se descolou, ontem.

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A circunstância de dois candidatos líderes na pesquisas optarem pela equidistância dos próprios partidos é uma das peculiaridades desta temporada eleitoral.

Lula começou a fazer isso há três décadas, quando se descobriu maior que o PT nas urnas. Bolsonaro venceu em 2018 por um partido nanico (PSL), agora sócio do antigo DEM no União Brasil, um dos maiores do Congresso.

É notável, também, que isso aconteça numa campanha eleitoral onde a prioridade “zero” de 35 partidos é a eleição da bancada de deputados federais, decisiva para o acesso futuro aos fundos públicos que sustentam as estruturas partidárias. A disputa presidencial é a segunda prioridade, exceto no PT que ainda gravita em torno de Lula.

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Lula e Bolsonaro, por enquanto, continuam favoritos no cenário típico de uma eleição por rejeição — confirmado na pesquisa BTG/FSB divulgada ontem, com duas mil pessoas entrevistadas por telefone, entre os dias 18 e 20.

Quando perguntados em quem votariam, os eleitores responderam, espontaneamente: Lula (38%) e Bolsonaro (27%). Ambos concentram, hoje, ampla maioria (65%) das intenções de voto.

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(BTG/FSB, março 2022/VEJA)

Segue-se um vácuo (26%), resultado da soma das manifestações de absoluta incerteza (15%), de voto branco ou nulo (4%) ou, à princípio, em “nenhum” candidato (7%).

Sobra pouco (8%) dos votos possíveis para os demais candidatos. Nesse grupo se destacam Ciro Gomes (4%) e Sergio Moro (3%), em virtual empate.

Há notável coerência entre as respostas espontâneas e as estimuladas pela apresentação da lista de  candidatos. Elas sugerem dois candidatos competitivos, empatados em segmentos como o do voto evangélico. Aparentemente deixam pouco espaço para outros avançarem.

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(Pesquisa BTG/FSB, março de 2022/VEJA)

Mas essa margem existe, segundo os próprios eleitores, que informam: a decisão de voto tomada hoje não vale até outubro para uma parcela significativa (28%).

Mudança de candidato é possibilidade admitida por eleitores de Lula (18%) e de Bolsonaro (16%).

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Detalhe importante: ampla maioria (60%) declara que não pretende ir às urnas para derrotar alguém  que não gostaria de ver eleito presidente da República. Só uma fração (24%) admite mudar o voto de hoje para derrotar Bolsonaro ou Lula (9%) em outubro.

Oito de cada dez eleitores dizem que na hora de apertar botões na urna eletrônica pretendem escolher  com base em três critérios: no programa de governo (29%), na experiência prévia como gestor público (27%) e no histórico do candidato na Justiça (23%).

Entre a intenção de hoje e a certeza em outubro resta uma longa distância — com intempéries no meio, como os efeitos econômicos de uma guerra a dez mil quilômetros de distância.

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