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Informação e análise
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Justiça faz ataque preventivo no mercado de notícias falsas

Inquérito contra Bolsonaro, filhos parlamentares, o candidato a vice Braga Netto e 42 pessoas da extrema-direita mostra que fake news é negócio milionário

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 out 2022, 08h26 - Publicado em 19 out 2022, 08h00

Mudança relevante na campanha: o juiz Benedito Gonçalves, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, decidiu realizar ações preventivas no mercado de notícias falsas eleitorais.

Ontem, enquadrou numa investigação Jair Bolsonaro, seus três filhos parlamentares, o candidato a vice-presidente Walter Braga Netto, e outras 42 pessoas, entre elas alguns integrantes do grupo parlamentar da extrema-direita bolsonarista.

Ao justificar o ataque preventivo, com suspensão parcial das linhas de produção de notícias falsas alinhadas ao candidato à reeleição, o juiz Gonçalves escreveu: “Esse exame não se confunde com aquele realizado no julgamento de mérito e não antecipa a conclusão final, que deverá avaliar ‘in concreto’ os efeitos das condutas praticadas, a fim de estabelecer se são graves o suficiente para conduzir à cassação de registro ou diploma e à inelegibilidade.”

Foram afetadas atividades dos provedores de conteúdo Brasil Paralelo, Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News no YouTube. Segundo o Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, são todos mantidos por pessoas jurídicas.

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A ação de investigação indica que, no Brasil, os negócios com fake news políticas passaram a ter movimento financeiro significativo para os padrões de produção de conteúdo nas redes.

Brasil Paralelo, por exemplo, gastou R$ 3 milhões durante o ano passado somente no impulso de notícias falsas sobre o processo eleitoral e adversários de Bolsonaro na disputa presidencial. Entre novembro e junho registrou despesa de R$ 368 mil em veiculação nas plataformas Google. E, em apenas uma semana (9 a 15 de outubro) da campanha do segundo turno, pagou mais R$ 715,4 mil em “anúncios sobre temas sociais, eleições ou política”.

Três canais no YouTube (Foco Brasil, Folha Política e Dr. News) reúnem sete milhões de inscritos, e têm receitas acima de R$ 340 mil mensais.

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Foco Brasil tem como proprietário Anderson Rossi, citado como pessoa com acesso ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.

Folha Política aparece em registros judiciais anteriores como financiada com R$ 24 mil extraídos da verba parlamentar do ex-deputado federal Fernando Francischini, do União Brasil do Paraná, cassado por difundir notícias falsas sobre manipulação do processo eleitoral.

O canal Dr. News já teve receita suspensa, por decisão judicial, e hoje vive de contribuições via Pix.

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O mapeamento financeiro das redes vinculadas ao clã Bolsonaro foi iniciado em inquéritos determinados pelo Supremo Tribunal Federal e, agora, está sendo ampliado pela Justiça Eleitoral. Os indícios confirmam: sob Bolsonaro, desenvolve-se um vigoroso mercado de notícias falsas na política brasileira.

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