Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por José Casado
Informação e análise
Continua após publicidade

Bolívia derrete e complica plano de Lula para América do Sul

Ele escolheu a integração sul-americana como prioridade neste primeiro ano de mandato, mas o cenário ficou muito mais complicado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 dez 2023, 08h00

Lula fez da política externa sua prioridade neste primeiro ano do terceiro mandato, e escolheu o resgate da integração sul-americana como premissa. Faltam três semanas para o ano acabar, e o cenário da América do Sul ficou muito mais complicado, com novas limitações ao projeto do Planalto.

No acordo Mercosul-união Europeia, as melhores perspectivas, hoje, são as de manter a negociação por tempo indeterminado. A oposição declarada de Emmanuel Macron, presidente da França, era previsível, aguardada e deu a Lula a chance de culpar europeus pelo fracasso de um acordo que divide o governo brasileiro.

Há mais. Uma semana atrás, o governo lutou no Senado para garantir a inclusão da Bolívia no Mercosul. Nesta terça-feira (5/12), o Banco Central boliviano anunciou que o país perdeu um terço das reservas cambiais em apenas oito meses, entre dezembro e agosto. Agora somam 2,5 bilhões de dólares.

O acelerado derretimento econômico da Bolívia acontece em meio a uma crise política, derivada do confronto aberto, e cada dia mais intenso, entre o presidente Luis Arce e o ex-presidente Evo Morales.

Continua após a publicidade

Arce tenta impedir a volta de Morales ao poder. Morales manobra para derrubar Arce.

Ao mesmo tempo, o governo Lula identifica riscos de implosão política e social na Argentina de Javier Milei, que assume a presidência no domingo.

Sobram dúvidas em Brasília, sobre a capacidade do futuro governo negociar com o Congresso para reduzir o ritmo da inflação (em alimentos, quase 400% ao ano). E, caso fracasse no choque liberal previsto, se conseguirá terminar o mandato.

Continua após a publicidade

No outro extremo do mapa, na Venezuela, a ditadura comandada por Nicolás Maduro ameaça com uma guerra para anexação de dois terços do território da Guiana, onde foram descobertos depósitos de petróleo em quantidade equivalente a 60% do pré-sal do Sudeste brasileiro.

Ninguém em Brasília acredita que Maduro, efetivamente, inicie uma guerra. Não tem apoio doméstico, como ficou demonstrado na grande abstenção (mais de 60%) no referendo de domingo (3/12) sobre a anexação de parte do território do país vizinho. Não possui dinheiro suficiente para financiar a empreitada e, mais relevante, enfrentaria reação militar dos Estados Unidos, que já deslocaram militares para a Guiana.

O problema está na falta de alternativas da cleptocracia chefiada por Maduro para vencer a eleição presidencial prevista para 2024. Acuada, pode acabar insuflando a população com o objetivo de uma cartada militar, na invasão da Guiana, e consequente suspensão da eleição presidencial.

Continua após a publicidade

Seria uma forma de imolação. Pouco provável, mas não descartável. Até porque suicídios políticos têm sido frequentes na cada vez mais desagregada América do Sul.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.