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Informação e análise
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Alckmin anima montadoras, que pedem isenção e reserva de mercado

Indústria automotiva desenha uma transição energética amparada em isenções fiscais e reserva de mercado para veículos elétricos

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jun 2023, 17h24 - Publicado em 15 jun 2023, 09h30

Geraldo Alckmin visitou uma exposição de veículos elétricos, nesta quarta-feira (14), organizada em Brasília pelas indústrias montadoras.

O vice-presidente, que também é ministro da Indústria e do Comércio, ficou impressionado com 40 modelos (importados) e demonstrou simpatia pela tese da entidade setorial, Anfavea, para o futuro do mercado brasileiro de veículos: o Brasil precisa fabricar modelos híbridos, com motores que possam usar etanol, antes de passar à produção de veículos totalmente elétricos.

“O carro elétrico virá, mas temos que investir na infraestrutura”, comentou Alckmin. Ao velho estilo tucano de fazer política — ele passou 33 anos no PSDB —, com esse aceno deu margem para que diretores da Anfavea entendessem como sinal de apoio do governo à proposta, mas sem assumir qualquer tipo de compromisso em público.

No Brasil, montadoras de veículos se destacam pelos benefícios fiscais contínuos que recebem — cerca de 20 bilhões de reais por ano, na calculadora da Receita Federal.

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Mês passado conseguiram aumentar o bolo de isenções em 1,5 bilhão num programa federal de estímulo às vendas de carros, caminhões e ônibus movidos a combustíveis fósseis.

Agora, desenham uma transição energética subsidiada, cujo custo para os cofres públicos ainda não é conhecido. Alckmin definiu isso como “investir na infraestrutura”.

Essa transição incentivada tem o atrativo do desenvolvimento da tecnologia de motores híbridos (elétrico/etanol), com efeitos irradiadores das cidades ao campo. Hoje, o país tem cerca de 135 mil veículos elétricos e híbridos, do tipo leve, equivalentes a 0,1% da frota nacional.

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Do outro lado dessa moeda, está a reivindicação das montadoras para fechamento do mercado brasileiro às importações de veículos elétricos, com o fim das isenções nas compras externas e desvio do benefício tributário (cerca de 35% do valor) ao financiamento da transição doméstica, gradual, de tecnologia energética.

Essa ideia tem cheiro de mofo, de regresso a uma época em que nas linhas de montagem no ABC paulista produziam-se “carroças” — qualificativo governamental dos anos 90, que a Anfavea demorou duas décadas para admitir.

A indústria de montagem de veículos é das mais integradas em escala mundial. A União Europeia estabeleceu 2035 como limite para que sua frota de veículos seja integralmente eletrificada. Significa conversão das linhas de montagem em apenas uma dúzia de anos. No Brasil, porém, as subsidiárias estrangeiras estão propondo ao governo uma transição bem mais lenta, amparada em subsídios e reserva de mercado. É, no mínimo, incoerente com lógica de competição empresarial.

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