Faltam dez semanas para o primeiro turno eleitoral em meio a uma grave crise social e econômica.
São 60 milhões, segundo as Nações Unidas, os brasileiros sem comida suficiente em casa — na chamada insegurança alimentar.
Cinco anos atrás, a fome era uma constante para quase quatro milhões. Agora, informa a ONU, faz parte da paisagem de vida de 15 milhões.
Quatro em cada dez eleitores entrevistados pelo Instituto Datafolha se declaram desempregados há mais de dois anos, e 37% dizem conviver com alguém desempregado dentro de casa.
Na maior parte dos seus dois séculos de Independência, o Brasil foi uma história de sucesso. Quando o atual processo eleitoral acabar, o país estará completando quatro décadas de estagnação — os últimos dez anos sem crescimento econômico.
É notável que a dez semanas do primeiro turno eleitoral, os candidatos mais destacados nas pesquisas ainda mantenham ocultas suas propostas.
O eleitorado continua sem saber, por exemplo, o que Lula e Jair Bolsonaro planejam para resgatar o país da crise. A prioridade deles tem sido o duelo verbal, palanqueiro, genérico nas ideias e escasso em propostas para o futuro de 213 milhões. Induzem a uma eleição no escuro, com miríade de riscos para o próximo governo.