Companheiro de geração de Hayao Miyazaki – o grande mestre da animação japonesa – e cofundador, ao lado dele, do estúdio Ghibli, o veterano Isao Takahata fez apenas uma dezena de filmes.
Explica-se: como o amigo Miyazaki, é um perfeccionista contumaz, que se vale do desenho animado como uma forma de poesia visual. Este seu primeiro trabalho depois de anos afastado da direção é o mais belo de sua carreira. Um velho cortador de bambu encontra, dentro do tronco de uma árvore, uma diminuta princesa – que vira então um bebê que cresce rapidamente, e que ele e sua mulher decidem criar.
“Pequeno Bambu” é uma menina adorável, que se transformará numa jovem encantadora, mas triste: convencidos de que ela deve ter um destino nobre, seus pais adotivos levam-na do campo para a capital, para que viva em meio ao luxo e atraia os mais aristocráticos pretendentes.
A garota, porém, não esquece a vida de camponesa que deixou para trás, e acaba atraindo para si uma severa punição. O filme é longo, mas hipnótico, e de uma beleza deslumbrante na maneira como homenageia os estilos tradicionais japoneses de pintura e gravura.
Isabela Boscov
Publicado originalmente na revista VEJA no dia 22/07/2015
Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
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