Assine VEJA por R$2,00/semana
Isabela Boscov Por Coluna Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Meia-Noite em Paris

Sempre é tempo VEJA Mercado - quinta, 2 de maioMoody’s melhora perspectiva para Brasil, o duro recado do Fed e entrevista com Luis Otávio Leal A agência de classificação de riscos Moody’s mudou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva. Em outras palavras, o país está mais próximo de ter […]

Por Isabela Boscov Atualizado em 11 jan 2017, 16h00 - Publicado em 22 jun 2011, 19h05
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Sempre é tempo

    Publicidade

    No inspirado Meia-Noite em Paris, Woody Allen entende as razões do passadismo– mas prega que se viva no presente

    Publicidade

    divulgação

    No seu périplo por cidades que lhe deem facilidades para filmar, Woody Allen, que já foi definido como o cineasta nova-iorquino por excelência, agora faz paragem na França – e, assim como em suas estadas na Inglaterra e na Espanha, colhe ótimos resultados. Aliás, descontando-se a obra-prima Match Point, que ele rodou em Londres, pode-se dizer que Meia-Noite em Paris é o momento mais inspirado desta sua fase itinerante. Quem toma o lugar de alter ego de Woody agora é Owen Wilson. No papel de Gil, um bem-sucedido roteirista de Hollywood que gostaria de se tornar romancista de respeito, ele vai a Paris com a noiva (Rachel McAdams) e os milionários pais dela. Gil se apaixona pela cidade; o trio menospreza ou vê defeito em tudo: trata-se de uma gente estridente que se acha grande coisa, mas não está com nada – os três são deslumbrados a ponto de dizer que uma cadeira de 18 000 euros é uma “pechincha”, ou, na sua vertente supostamente intelectualizada, representada aqui pelo excelente Michael Sheen, misturam fatos a besteiras como se ambos fossem a mesma coisa (é ótima a cena em que ele ofende a guia turística interpretada pela primeira-dama Carla Bruni). Gil está infeliz no meio desse pessoal. Até que, certa noite, soam as doze badaladas de uma igreja e um automóvel antigo se aproxima para levá-lo àquela Paris que era uma festa, a dos escritores Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald e do compositor Cole Porter, que nos anos 20 se estabeleceram ali para se deixar carregar pelos ventos criativos que sopravam na cidade.

    Publicidade

    divulgação

    Continua após a publicidade

    Não se trata de metáfora; Gil realmente passa a circular, toda noite, na companhia de um verdadeiro quem-é-quem. Hemingway (Corey Stoll) o apresenta à poeta e escritora Gertrude Stein (Kathy Bates), que se dispõe a ler o manuscrito de seu romance. O surrealista Salvador Dalí (Adrien Brody) paga a ele um copo e fala sobre as formas fascinantes dos rinocerontes. Gil sugere um roteiro ao cineasta Luis Buñuel e se espanta com o mau humor de Picasso. E fica caído pela fictícia Adriana (Marion Cotillard), que já foi amante dos pintores Modigliani e Braque.

    Publicidade

    divulgação

    Gil está fascinado por se ver no meio de tal efusão de talento, e mais ainda por receber dessas pessoas uma acolhida tão amistosa. Adriana, porém, não vê no grupo nada de mais: a era de ouro parisiense, diz ela, foi outra – a belle époque dos anos 1890 e dos impressionistas. Então é assim, mostra Woody Allen com graça e espirituosidade: ninguém está satisfeito em seu tempo e acha sempre que perdeu o melhor da festa. Mas, com tudo que Meia-Noite tem de ligeiro, sua argumentação é complexa. Só o passar do tempo dá a medida do que é o gênio humano, e só podemos medir-nos, portanto, pelo passado. Mas, para viver, nada como o presente: porque ele é tudo que se tem – e como escorre rápido por entre os dedos dos distraídos.

    Publicidade
    Isabela Boscov
    Publicado originalmente na revista VEJA no dia 22/06/2011
    Republicado sob autorização de Abril Comunicações S.A
    © Abril Comunicações S.A., 2011

    MEIA-NOITE EM PARIS
    (Midnight in Paris)
    Estados Unidos/Espanha/França, 2011
    Direção: Woody Allen
    Com Owen Wilson, Marion Cotillard, Rachel McAdams, Corey Stoll, Kathy Bates, Tom Hiddleston, Léa Seydoux, Michael Sheen, Alison Pill, Adrien Brody, Carla Bruni

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.