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Jason Bourne

A adrenalina continua a mesma, mas a emoção...

Por Isabela Boscov Atualizado em 16 jan 2017, 16h17 - Publicado em 28 jul 2016, 22h38
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    Da última vez em que foi visto, em 2007, Jason Bourne mergulhou num rio antes que o capturassem – e sumiu na noite e no mundo. O agente que em A Identidade Bourne (2002) fora pescado do Mar Mediterrâneo ferido e sem memória, e que em A Supremacia Bourne (2004) colocara a CIA em alerta vermelho com sua cruzada para descobrir seu passado, completava ali, em O Ultimato Bourne, o ciclo: conseguira trazer à tona e a público todos os detalhes tenebrosos do programa clandestino que o transformara em super-assassino. Com a cabeça mais a prêmio do que nunca, Bourne não poderia jamais reaparecer: ainda que a plateia implorasse por uma nova aventura, Matt Damon e o diretor Paul Greengrass haviam decidido duas coisas. Primeiro, que um não faria um Bourne sem o outro. Segundo, que simplesmente não havia razão para fazer mais um Bourne; a história chegara ao seu desfecho natural, e ela não terminava com ponto final, mas com reticências.

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    Promessas desse tipo existem para serem quebradas, claro. E Greengrass e Damon, ambos sujeitos muito engajados, viram um gancho irresistível nas transformações pelas quais a espionagem passou com as toneladas de arquivos jogados na rede pelo WikiLeaks de Julian Assange, e com os programas secretos de vigilância divulgados pelo analista da CIA Edward Snowden. Mais até do que o terrorismo, é isso que os serviços de inteligência temem hoje: ter suas operações clandestinas ou sigilosas reveladas.

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    É nesse mundo, portanto, que Jason Bourne despenca. Sobrevivendo incógnito em rinhas de luta em algum cafundó da Grécia, Bourne é contatato pela ex-analista da CIA Nicky (Julia Stiles), que se bandeou para o lado dos hackeadores de segredos: há muita coisa da sua história que ele ainda não sabe, diz Nicky – que assim deflagra mais duas horas de caçada incessante ao redor do mundo. Bourne, Nicky e o assassino da CIA interpretado por Vincent Cassel se esquivam uns dos outros em Atenas, Berlim, Londres, Roma, Las Vegas e Washington. Enquanto isso, no quartel-general da CIA, na Virgínia, Tommy Lee Jones e a sueca Alicia Vikander olham telas de computador, pedem imagens de satélite, mandam comandos sair à rua.

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    Ao final das duas horas, eu me senti como se tivesse ido junto na maratona. Até cãibra deu, e precisei ficar uns cinco minutos fazendo alongamento e ouvindo a música do Moby que fecha o filme. A sequência em Atenas é uma barbaridade: ela acontece durante um dos protestos anti-austeridade econômica que sacudiram a Grécia, enquanto as ruas vão sendo tomadas por multidões de manifestantes e tropas de choque. Se me dissessem que Greengrass filmou durante uma manifestação de verdade, eu acreditaria.

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    Mas, feitas todas as contas, foi mais adrenalina do que emoção. Não que se trate de uma adrenalina qualquer: Greengrass mudou o cinema com a ação suja e bruta de A Supremacia e O Ultimato, e há mais de dez anos é descaradamente copiado por todo mundo. Mas ainda é, sem dúvida, o melhor no que faz. O que falta em Jason Bourne é outra coisa: é um instante a mais no rosto de Damon, às vezes, para que você se lembre por que está lá – porque é palpável o desespero dele em não saber quem é, e porque saber pode ser ainda pior. E porque, quando Bourne entra em modo operacional e Matt Damon faz você sentir a máquina que ele vira, juro – não há perseguição no mundo que possa ser mais eletrizante do que isso.

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