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‘Dois Irmãos’, da Pixar: jovens elfos em luto pela perda do pai

Filme começa com a pegada típica do estúdio, mas deixa a sensação de que a identidade dele pode estar se diluindo na cultura da Disney

Por Isabela Boscov Atualizado em 4 jun 2024, 14h36 - Publicado em 6 mar 2020, 06h00
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  • MEIAS ROXAS - Ian e Barley com o pai, trazido de volta à vida só da cintura para baixo: corrida para completar o feitiço desastrado
    MEIAS ROXAS - Ian e Barley com o pai, trazido de volta à vida só da cintura para baixo: corrida para completar o feitiço desastrado (Pixar/Divulgação)

    É o dia de seu aniversário de 16 anos, e Ian, o garoto tímido que se apavora nas aulas da autoescola e não tem coragem de convidar os colegas para um bolo em sua casa, recebe um presente que é tudo aquilo com que sonhou: uma carta deixada por seu pai, na qual este explica como fazer um feitiço que o trará de volta à vida por um dia, até o próximo pôr do sol. E aqui é o caso de esclarecer que Dois Irmãos — Uma Jornada Fantástica (Onward, Estados Unidos, 2020), já em cartaz no país, se passa em uma realidade alternativa, habitada por elfos — como Ian —, centauros, ciclopes, manticoras e outras criaturas fantásticas, que entretanto vivem uma vida igualzinha à de qualquer americano dos subúrbios: toda a mágica que havia no mundo foi aos poucos sendo substituída por soluções mais práticas, como eletricidade, automóveis e celulares. A bruxaria é agora somente uma lenda do passado, cultivada apenas por alguns românticos, como Barley, o irmão mais velho, bem mais forte e consideravelmente mais extrovertido de Ian. Em que pesem as diferenças de temperamento, Ian e Barley foram ambos moldados pela ausência do pai, morto quando eles eram ainda pequenos. A chance de tê-lo de volta pelo espaço de algumas horas é irresistível. Mas Barley, sempre afoito, sem querer interrompe a magia que flui de Ian e provoca um desastre: o pai fica conjurado pela metade, só da cintura para baixo. É preciso então correr contra o relógio para localizar maneiras de completar o feitiço, o que levará os dois irmãos para fora de casa e cada vez mais para as porções ainda intocadas e misteriosas do mundo.

    Esse meio pai, que usa meias roxas e gosta de sapatear, tem um tanto de mórbido, mas é também o elemento mais criativo de Dois Irmãos e aquele que, junto com algumas pitadas críticas sobre o estilo de vida acomodado de criaturas outrora livres (um centauro gordo porque prefere andar de carro a galopar, uma antes temível manticora que agora explora sua imagem em um restaurante temático), ainda identifica esta como uma animação da Pixar. Na fofização generalizada, é evidente quanto a cultura mais infantil da Disney se insinuou na produtora conhecida por testar limites. É cedo para dizer se Dois Irmãos representa o início de uma tendência — mas era certo que, com o desligamento do todo-poderoso John Lasseter de suas duplas funções na Disney e na Pixar, algo mudaria nessa última. Ainda que Dois Irmãos seja gracioso, o que ele indica é que essa mudança pode vir na forma de uma diluição da identidade da Pixar: no enredo e no visual, o que se tem aqui é uma mágica pela metade.

    Publicado em VEJA de 11 de março de 2020, edição nº 2677

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