Assine VEJA por R$2,00/semana
Isabela Boscov Por Coluna Está sendo lançado, saiu faz tempo? É clássico, é curiosidade? Tanto faz: se passa em alguma tela, está valendo comentar. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

‘Dois Irmãos’, da Pixar: jovens elfos em luto pela perda do pai

Filme começa com a pegada típica do estúdio, mas deixa a sensação de que a identidade dele pode estar se diluindo na cultura da Disney

Por Isabela Boscov Atualizado em 1 nov 2020, 20h20 - Publicado em 6 mar 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • É o dia de seu aniversário de 16 anos, e Ian, o garoto tímido que se apavora nas aulas da autoescola e não tem coragem de convidar os colegas para um bolo em sua casa, recebe um presente que é tudo aquilo com que sonhou: uma carta deixada por seu pai, na qual este explica como fazer um feitiço que o trará de volta à vida por um dia, até o próximo pôr do sol. E aqui é o caso de esclarecer que Dois Irmãos — Uma Jornada Fantástica (Onward, Estados Unidos, 2020), já em cartaz no país, se passa em uma realidade alternativa, habitada por elfos — como Ian —, centauros, ciclopes, manticoras e outras criaturas fantásticas, que entretanto vivem uma vida igualzinha à de qualquer americano dos subúrbios: toda a mágica que havia no mundo foi aos poucos sendo substituída por soluções mais práticas, como eletricidade, automóveis e celulares. A bruxaria é agora somente uma lenda do passado, cultivada apenas por alguns românticos, como Barley, o irmão mais velho, bem mais forte e consideravelmente mais extrovertido de Ian. Em que pesem as diferenças de temperamento, Ian e Barley foram ambos moldados pela ausência do pai, morto quando eles eram ainda pequenos. A chance de tê-lo de volta pelo espaço de algumas horas é irresistível. Mas Barley, sempre afoito, sem querer interrompe a magia que flui de Ian e provoca um desastre: o pai fica conjurado pela metade, só da cintura para baixo. É preciso então correr contra o relógio para localizar maneiras de completar o feitiço, o que levará os dois irmãos para fora de casa e cada vez mais para as porções ainda intocadas e misteriosas do mundo.

    Publicidade

    Esse meio pai, que usa meias roxas e gosta de sapatear, tem um tanto de mórbido, mas é também o elemento mais criativo de Dois Irmãos e aquele que, junto com algumas pitadas críticas sobre o estilo de vida acomodado de criaturas outrora livres (um centauro gordo porque prefere andar de carro a galopar, uma antes temível manticora que agora explora sua imagem em um restaurante temático), ainda identifica esta como uma animação da Pixar. Na fofização generalizada, é evidente quanto a cultura mais infantil da Disney se insinuou na produtora conhecida por testar limites. É cedo para dizer se Dois Irmãos representa o início de uma tendência — mas era certo que, com o desligamento do todo-poderoso John Lasseter de suas duplas funções na Disney e na Pixar, algo mudaria nessa última. Ainda que Dois Irmãos seja gracioso, o que ele indica é que essa mudança pode vir na forma de uma diluição da identidade da Pixar: no enredo e no visual, o que se tem aqui é uma mágica pela metade.

    Publicidade

    Publicado em VEJA de 11 de março de 2020, edição nº 2677

    Continua após a publicidade

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    Publicidade

    DVD Universidade Monstro

    Blu-Ray Carros, coleção 3 filmes

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

     

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.