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Vídeo “Desabafo de um menor” viraliza, enquanto menor que queimou índio vira polícia. Galdino, Deppman, Yorrally, Cinthya… Quem se interessa pelas vítimas “nêsti paíf”?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 03h47 - Publicado em 26 Maio 2014, 17h25
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Galdino, Cinthya, Deppman e Yorrally

Ex-atriz de filme erótico com adolescente vira “garota”-propaganda da Lei da Palmada. Ex-“isqueirador” de índio vira policial. É o país da bizarrice pronta. Só falta Lula pregar a abstinência do álcool.

Condenado, aos 17 anos, a quatro meses de “medida socioeducativa” por atear fogo, junto com mais quatro amigos, no índio Galdino Jesus dos Santos, que teve 95% do corpo queimado e morreu, Gutemberg Nader de Almeida Júnior, hoje com 34 anos, acaba de ser aprovado em concurso para agente da Polícia Civil do Distrito Federal. [PÓS-ESCRITO: Ele chegou a ser reprovado na etapa de avaliação da vida pregressa e investigação social, mas conseguiu liminar para prosseguir – e só depois haverá a análise do mérito da questão.] Mas será que ele vai ser o único?

Vai ver, o menor que se apressou para matar, dois dias antes de completar 18 anos, a ex-namorada, Yorrally Dias Ferreira, de 14 anos, e que filmou a execução e enviou as imagens para amigos pelo celular, a qualquer hora ganha um distintivo também. Quem sabe, o menor que assaltou e matou Victor Hugo Deppman um ano atrás, mesmo após o jovem entregar-lhe o celular na porta de casa, soma forças aos dois. Com sorte, o menor que ajudou a “isqueirar” e provocar a morte da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza reforça ainda mais o time policial do futuro, responsável por prender quem comete crimes iguais aos deles no passado.

A depender da atuação do PT e do PSOL (quem não se lembra da cartilha de Marcelo Freixo?), não seria surpreendente que, atendendo a uma denúncia anônima, menores do naipe deles viessem um dia a prender (ok: a encaminhar a cursos de orientação e a tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de advertir) até os próprios pais das pessoas que eles mataram, em função de uma palmada que esses pais possam ter aplicado em seus filhos sobreviventes.

Com 60 mil compartilhamentos na página Plantão Policial no Facebook e mais de 150 mil visualizações no YouTube, o ótimo vídeo em que o humorista cearense Kaio Oliveira interpreta um menor reclamando da “falta de emoção” de roubar, estuprar e matar no Brasil, já que ele sabe que não vai ficar preso por mais de três anos, podia ter ainda este pequeno detalhe: o personagem de Kaio dizendo que daqui a pouco ele também poderá aplicar a lei contra você.

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Senadores contra maioridade penalRecordar é viver – parte I:

Senadores que votaram contra a proposta de Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB, que ao menos previa a possibilidade de se processar criminalmente o menor entre 16 e 18 anos, a depender do crime, com a autorização do juiz e depois de uma avaliação médica, também:

Angela Portela (PT-RR)
Aníbal Diniz (PT-AC)
Eduardo Suplicy (PT-SP)
Gleisi Hofmann (PT-PR)
José Pimentel (PT-CE)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Lúcia Vânia (PSDB-GO)

Recordar é viver – parte II:

Como escrevi em abril de 2013:

Um assassino jamais “paga sua dívida com a sociedade”, como prega o chavão estimulante de seus defensores. A vítima morta não recebe a sua parte do pagamento e a dor daqueles que a amavam não se quita com ele.

A prisão do assassino é apenas punitiva e pode até ser temporária, embora tanto melhor quanto mais longa. Mas a dívida, queiram ou não, é eterna.

Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil

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