Dois grandes parceiros do PT trabalham em conjunto para fornecer drogas a terroristas islâmicos.
Um artigo de Mary Anastasia O’Grady no jornal americano Wall Street Journal detalha a atuação conjunta das Farc e do governo de Evo Morales no narcotráfico internacional que abastece o terror na África, conforme já denunciado aqui no blog.
A tradução deste artigo fundamental, que cita matéria de VEJA, segue mais abaixo, no item IV deste post.
Mas primeiro, vamos lembrar a relação do PT com essa gente.
I. A relação Lula-Morales-Dilma
Em maio de 2006, Evo Morales estatizou duas refinarias de gás pertencentes à Petrobras na Bolívia, depois de ocupadas e tomadas pelo exército boliviano. O governo petista reagiu com afago e, dois anos depois, Lula anunciou um empréstimo de 332 milhões de dólares a Morales para a construção de uma rodovia.
Em 5 de outubro de 2015, em evento organizado por seu instituto, Lula disse que foi consultado por Morales antes da ocupação militar das instalações da estatal brasileira: “O Evo me perguntou: ‘como vocês se comportariam se nós nacionalizássemos a Petrobrás’. Respondi: ‘o gás é de vocês’. E foi assim que nos comportamos, respeitando a soberania da Bolívia”, disse Lula.
Isso não é respeito à soberania alheia. É um suposto crime de lesa-pátria, pelo qual Lula também deveria estar sendo investigado.
Eis a confissão em vídeo:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=jH5qN8hOUJ0?feature=oembed&w=500&h=281%5D
Em 21 de agosto de 2015, Evo Morales demonstrou sua gratidão ao PT com uma ameaça à democracia brasileira.
Durante as celebrações de 115 anos da Escola Militar de Sargentos ‘Maximiliano Paredes’, na cidade de Tarata, em Cochabamba, o presidente do aparente narcoestado boliviano reagiu assim à iminente abertura do processo legal de impeachment contra Dilma Rousseff:
“Ouvi dizer que no Brasil há um golpe de Estado contra a companheira Dilma, contra Lula e o PT. Irmãos comandantes, oficiais das Forças Armadas do Brasil, enviem o meu recado à sua comandante: não vamos permitir golpes de Estado no Brasil nem na América do Sul nem na América Latina. Vamos defender as democracias. E pessoalmente, agiremos para defender Dilma, presidente do Brasil, para defender o Partido dos Trabalhadores”.
Eis o vídeo:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=JhftcV2SjGM?feature=oembed&w=500&h=375%5D
(* Veja também aqui no blog: “Caiado: Ameaça de Morales é desespero do Foro de São Paulo ‘com a perda da fonte de recursos’ do BNDES“.)
II. A relação PT-Farc
Em 27 de agosto de 2003, o então comandante das Farc, Raúl Reyes, declarou à Folha de S. Paulo (ver item III) que o principal contato do grupo terrorista no Brasil é o PT e, dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir Sader.
Também afirmou que conheceu Lula na reunião do Foro de São Paulo em San Salvador e “ficamos encarregados de presidir o encontro”. Em 2008, o então ditador venezuelano Hugo Chávez lembrou em vídeo o seu próprio encontro com Reyes naquela mesma edição salvadorenha do Foro, em 1996.
Em março de 2005, estourou o escândalo da “doação” de 5 milhões de dólares das Farc para candidatos petistas na campanha de 2002, ano em que Lula foi o candidato presidencial do partido. Esta foi a capa da VEJA:
A Abin descreveu a forma de pagamento: “o dinheiro sairia de Trinidad e Tobago, um pequeno país do Caribe, e chegaria às mãos de cerca de 300 pequenos empresários brasileiros simpáticos ao PT, que, por sua vez, fariam contribuições aos comitês regionais do partido como se os recursos lhes pertencessem”.
O anúncio da doação foi feito pelo suposto padre Olivério Medina, espécie de embaixador das Farc no Brasil, em reunião com um grupo de esquerdistas solidários ao grupo terrorista numa chácara nos arredores de Brasília. A notícia foi recebida com aplausos, segundo o agente da Abin, infiltrado na reunião.
Em 2006, o governo Lula recusou o pedido de extradição de Medina por parte do governo colombiano e concedeu-lhe refúgio político no Brasil.
Em maio de 2008, o jornal colombiano El Tiempo publicou uma matéria que incluía trocas de mensagens encontradas no computador de Raúl Reyes, eliminado pelo Exército colombiano em bombardeio no nordeste do Equador.
Trecho da matéria: “o contato das Farc, Francisco Antonio Caderna Collazos, o ‘Camilo’ [outros nomes de Medina] – casado com uma professora brasileira e encarregado de trocar cocaína por armas e do recrutamento de simpatizantes -, não pôde ser extraditado para a Colômbia porque goza do status de refugiado desde 2006″.
Ainda em 2006, Dilma Rousseff assinou um pedido para que a esposa de Medina, Angela Maria Slongo, a “Mona”, fosse cedida pelo estado do Paraná ao governo federal para ocupar um cargo na Secretaria da Pesca. O pedido foi aceito. Dilma garantiu a boquinha da mulher do agente das Farc.
Em março de 2008, o assessor especial do então presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, declarou ao jornal Le Figaro:
“Eu lhes lembro que o Brasil tem uma posição neutra sobre as Farc: nós não as qualificamos nem de grupo terrorista nem de força beligerante. Acusá-las de terrorismo não serve pra nada quando a gente quer negociar.”
É verdade, como já escrevi aqui:
“Afinal, o PT ‘negociava’ com as Farc a conquista do poder na América Latina em assembleias secretas do Foro de São Paulo… Sob o governo petista – o mesmo que caça ‘crimes de ódio’ dos seus adversários políticos na internet -, o Brasil até hoje é ‘neutro’ sobre o caráter terrorista de um grupo que assalta, sequestra, degola, mata e trafica drogas para o nosso país, alimentando a indústria responsável por boa parte dos 60 mil homicídios anuais brasileiros”.
III. As drogas das Farc no Brasil e no mundo
Eis alguns exemplos emblemáticos:
Em abril de 2001, o traficante Fernandinho-Beira Mar confessou que comprava e injetava no mercado brasileiro, anualmente, duzentas toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano.
Em 9 de abril de 2006, o chefe da Delegacia de Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informou ao jornal O Dia que “dezoito traficantes da facção criminosa Comando Vermelho (…) vão periodicamente à fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com guerrilheiros das Farc” e que “eles ocuparam o espaço que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
Em 16 de maio de 2007, o juiz Odilon de Oliveira, de Ponta-Porã, divulgou provas de que as Farc atuam no território nacional treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de guerrilha urbana.
Em 4 de junho de 2015, VEJA publicou que uma organização criminosa comandada por empresários brasileiros era responsável pelo transporte de cocaína das Farc em uma rota da Venezuela para Honduras, onde toneladas da droga eram entregues aos cartéis mexicanos de Sinaloa e Los Zetas.
Em 17 de junho de 2015, VEJA publicou que a polícia italiana apreendeu mais de 4 toneladas de cocaína fornecidas pelas Farc, no valor de 1 bilhão de euros (quase 3,5 bilhões de reais), e prendeu 38 suspeitos de envolvimento em uma enorme facção de tráfico de drogas da máfia.
Em 1 de fevereiro de 2015, um dia depois do meu artigo “As continentais e incontroladas fronteiras brasileiras“, no qual lembrei que a principal rota da droga que sai da Bolívia, da Colômbia e do Peru com destino à Europa, passando pela África, é o Brasil, o Estadão informou (como também comentei aqui): a droga que sai do Brasil para a Europa é um dos principais pilares do financiamento de jihadistas e terroristas na África.
Antes de fazer escala no Norte da África, segundo a Interpol, a droga colombiana passa, pelo menos desde 2007, pelos portos brasileiros, sendo o de Santos e os do Nordeste os mais utilizados. Uma vez na Costa Oeste africana, a droga passa por Mali, Marrocos, Argélia e Líbia, de onde viaja para a Europa.
Aviões que decolam de pistas clandestinas na Amazônia também viajam até a costa africana, em conexão conhecida como “Air Cocaine”.
IV. O eixo Bolívia-Jihad da cocaína
Evo Morales nega que governe um narcoestado. Provas se acumulam e sugerem o contrário.
Tradução exclusiva do artigo de Mary Anastasia O’Grady, publicado no jornal americano Wall Street Journal no domingo de carnaval, 7 de fevereiro de 2016:
Um massacre promovido pelo Boko Haram em uma aldeia do nordeste da Nigéria no mês passado atraiu a atenção internacional com a divulgação de que os terroristas queimaram viva uma criança.
Muito menos divulgadas são alegações plausíveis de que uma das principais fontes de renda do Boko Haram e outros extremistas islâmicos é a cocaína, produzida e exportada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e outros cartéis de traficantes de drogas que trabalham em conjunto com o governo boliviano. Essas são as mesmas Farc que, supostamente, estão negociando um acordo de paz com o presidente colombiano Juan Manuel Santos — um acordo que poderia descarrilar o trem da alegria dos negócios do narcotráfico.
Os usuários de drogas recreativas da Europa gostam de cocaína. Os combatentes antidrogas europeus em geral e britânicos em particular acharam que poderiam reduzir a disponibilidade do pó branco ao atacar as vias de fornecimento sul-americanas. Mas os capos da cocaína desviaram as rotas transatlânticas para a África, onde as instituições fracas não são páreo para o crime organizado transnacional. Diversos relatórios da mídia identificaram tanto o Boko Haram quanto a al Qaeda no Magreb como elementos-chave no negócio do contrabando da coca através do Mediterrâneo para dentro da Europa.
O Birô Internacional de Narcóticos e Manutenção da Lei do Departamento de Estado registrou em novembro que a Colômbia é, mais uma vez, um dos maiores exportadores de cocaína do mundo. Mas a Bolívia pode ser o local mais lucrativo para cartéis como as Farc agirem.
Isso foi sugerido por um paper de janeiro de 2014 redigido por David Spencer, um catedrático de contraterrorismo do Centro William J. Perry, em Fort McNair, e Hugo Achá Melgar, um jornalista boliviano que vive agora nos EUA. Ele rastreia a subida ao poder do presidente boliviano Evo Morales, um ex-líder sindicalista dos plantadores de coca do país, ou cocaleros.
O paper, que ainda não foi publicado, mas que eu já li, mostra como o projeto de erradicação da coca de Washington foi usado pela extrema esquerda da Bolívia para lançar e montar um movimento político cocalero iniciado em meados dos anos 1990. Protestos de massa que paralisaram o país foram possibilitados por uma mistura de riqueza do submundo e violência. Os cocaleros derrubaram dois governos democraticamente eleitos em outubro de 2003 e junho de 2005, e, depois, venceram as eleições seguintes em dezembro de 2005.
O sr. Morales nega que governe um narco-estado. E desde que ele expulsou a DEA americana do país em 2008, as informações que os EUA conseguem são limitadas. Mesmo assim, indícios se acumulam e sugerem que a cocaína traficada para terroristas islâmicos é, agora, uma das mais importantes fontes de renda em exportações da Bolívia.
Em 2006, quando o sr. Morales foi alçado ao cargo pela primeira vez, o Escritório para Políticas Nacionais de Controle de Drogas da Casa Branca estimou o cultivo da coca na Bolívia em 21.500 hectares. Já em 2014, essa estimativa saltou para 35.000 — o que não surpreende, já que o sr. Morales legalizou o cultivo da coca com o argumento de que ele está integrado à herança cultural boliviana e usado para mascar e em forma de chá.
Entretanto, a maior expansão do cultivo de coca se deu na região de Chapare, que produz uma variedade da planta que não se presta a ser mascada. E na reportagem “A República da Cocaína”, da revista brasileira Veja, o jornalista Duda Teixeira divulgou que apenas uma terça parte da safra boliviana de cocaína se destina aos usos tradicionais.
A área total plantada com coca na Colômbia é maior que a da Bolívia. Mas o solo em Chapare produz uma variedade de coca que tem uma folha maior, que se reabastece mais rápido, e tem um conteúdo mais alto do ingrediente ativo necessário para produzir cocaína do que aquela cultivada na Colômbia.
Os críticos do sr. Morales afirmam que diversos cartéis – inclusive os mexicanos, brasileiros, colombianos e africanos – receberam concessões dele que lhes dá acesso a essa safra e que permitem montar laboratórios para processar as folhas e a exportar o produto.
Roger Pinto Molina era um senador boliviano em 2010 quando membros da polícia e elementos bem-informados do governo de Morales lhe trouxeram documentos que, diz ele, provam que dois membros do gabinete do presidente tinham ligações com cartéis colombianos e brasileiros. Na matéria da Veja, o sr. Teixeira escreveu que tinha visto documentos, inclusive um relatório de uma unidade de inteligência da política boliviana conectando pelo menos um membro do gabinete aos cartéis. O governo boliviano desmentiu as declarações da reportagem do sr. Teixeira.
O sr. Pinto me disse, por telefone, na semana passada, que ele levou a prova ao sr. Morales — e que, pouco depois, o governo iniciou uma investigação contra o senador. Ele fugiu para a embaixada brasileira, onde permaneceu por dois anos até conseguir fugir do país.
Antes de 2006, navios de bandeira boliviana não navegavam em zonas de conflito do Mediterrâneo. Sob o sr. Morales, essa prática mudou. Em setembro, a Grécia abordou um navio que estava carregado com 500 mil cargas de munição e 5 mil rifles e estava em rota para um porto da Líbia. Em janeiro, a Turquia apreendeu outro navio nas costas da Líbia que transportava 13 toneladas de haxixe.
Nada disso deve atrapalhar a carreira política do sr. Morales. Em 21 de fevereiro, ele promoverá um referendo para saber se terá o direito de se reeleger por mais duas vezes. Com o país aparentemente nadando em dinheiro lavado do tráfico, o pleito parece estar garantido.
* Tradução de Claudia Costa Chaves para o blog de Felipe Moura Brasil, em VEJA.com.
** Relembre também aqui no blog:
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– Brasil do PT liga narcotráfico a terror islâmico
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Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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