“Havia ameaças de morte, com telefonemas para o gabinete e a casa dele, com frases covardes como: ‘Sua hora está chegando.’”
A declaração é do chefe de gabinete da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), o diplomata Sílvio Albuquerque Silva, explicando a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa, após dizer que ele chegou ao seu limite de cansaço.
Foi o bastante para que o militante petista Emir Sader, organizador do livro chapa-branca sobre a primeira década do PT no poder, 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, eternamente empacado nas vendas, como já escrevi aqui, disparasse no Twitter:
Já imaginou se um reacionário fala isso? Se Rachel Sheherazade comenta algo assim na TV? O escândalo que a militância esquerdista faria, gritando “apologia do crime!” e “incitação à violência e à justiça com as próprias mãos!”, como já fez por muito menos (ou nada) – já imaginou? Pois é.
E não é que Sader, na prática, apenas endosse ameaças por telefone. Ele as considera pouco, ou melhor, “suspiros de amor” perto das “monstruosidades” de Joaquim Barbosa, cujo nome ele providencialmente omite para evitar um processo. O que estaria acima, então, de ameaças por telefone na escala da delinquência, de forma a se converter em uma suposta reação proporcional a esta “monstruosidade” que é para os petistas o cumprimento da lei, já que não houve uma condenação sequer dos “companheiros” mensaleiros feita sem provas?
Ameaça ao vivo? Agressões verbais na saída de um bar, como as do millitante Rodrigo Grassi, o “Pilha”, então assessor parlamentar da deputada federal Érika Kokay? Ou logo “um tiro na cabeça”, como desejava outro militante (da Comissão de Ética do PT!) no Facebook, Sérvolo de Oliveira e Silva, que só agora, com a PF em seu encalço, se diz arrependido da “maior idiotice” que já fez na vida? Se ameaças por telefone são “suspiros de amor”, imagino que fazer uma montagem racista em que a imagem de Barbosa apareça associada à de um macaco, como fez o Blog da Dilma, não seja lá para Emir Sader mais do que um beijinho no ombro.
A campanha sórdida da militância real e virtual petista contra Joaquim Barbosa, que obriga o ministro a se precaver para não virar outro Celso Daniel, é apenas mais uma prova do quão cínica, (in)justiceira e monstruosa é essa gente.
A verdadeira insanidade do nosso tempo, como já escrevi, foi tê-la permitido chegar ao poder.
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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Mais sobre Emir Sader neste blog: Sucesso e Sader-masoquismo