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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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A “quadrilha dos pobres” de Lula, Dilma e Carvalho; e o “estupro” de Jair Bolsonaro: onde está a ironia?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h23 - Publicado em 4 jan 2015, 19h52

GILBERTO-CARVALHO-2013-366-size-598Ao deixar a Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho – aquele do caso Celso Daniel – soltou mais uma de suas ‘pérolas’ em resposta à declaração do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de que perdera a eleição para uma “organização criminosa”:

“A quem disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder dizendo que essa é a nossa quadrilha. Para eles pobre é quadrilha, é essa a quadrilha dos pobres que foi injustamente marginalizada e agora está sendo tratada com um mínimo de dignidade. Com muito orgulho eu quero dizer: eu pertenço a essa quadrilha e vamos continuar mudando o país com esse objetivo.”

Comento:

1) Gilberto Carvalho não pertence à ‘quadrilha’ dos pobres coisa nenhuma. Assim como Dilma e Lula, ele pertence à elite vermelha que fala mal das “elites” para posar de defensora dos pobres. Dilme curte férias luxuosas até dia 7 de janeiro na Bahia com sua filha Paula, sua mãe Dilma Jane, seu neto Gabriel, seu genro, sua tia, seu sobrinho e a mulher de seu sobrinho, com os quais viajou de helicóptero até Brasília, de avião presidencial a Salvador e novamente de helicóptero até a Base Naval de Aratu, gastando sabe-se lá quanto do dinheiro do contribuinte. Lula passou Réveillon na mansão de um amigo em Angra nos Reis, no Rio de Janeiro, e saiu de barco para pescar todos os dias. A ‘quadrilha’ do PT é a dos ricos, como mostram também o Bolsa-Empresário distribuído pelo partido e o Clube dos Bilhões descoberto pela Operação Lava Jato na investigação do Petrolão.

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2) Nenhum brasileiro, especialmente os pobres, é tratado com o “mínimo de dignidade” em um país de 56 mil homicídios por ano. Sem oferecer o mínimo de segurança, o governo será sempre indigno com a população que não tem dinheiro para se blindar contra o crime.

3) Quanto aos pobres terem sido “injustamente marginalizados”, marketing em que os petistas fizeram a população pobre de fato acreditar, Aécio já dizia no debate da Band:

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“E vou lhe dizer algo, talvez a senhora deve saber, talvez não queira admitir. O maior programa de transferência de renda da nossa história contemporânea não foi o Bolsa Família, fruto do bolsa escola, bolsa alimentação. Foi o Plano Real, estabilidade da moeda, que vocês combaterem com toda força.”

Em três imagens:

Brasil árvore frutos FHC Lula Dilma

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inflação

Crescimento FHC Dilma

Mais a respeito no meu artigo: O Brasil explicado, de FHC a Dilma.

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4) Agora vejamos a diferença de trato da imprensa a Gilberto Carvalho e Jair Bolsonaro. Esta é a capa da Folha de sábado (3):

Folha Gilberto

Sim: Gilberto Carvalho “ironizou” quem chama o PT de quadrilha, embora não faltem motivos para que muita gente eventualmente tenha a opinião de que o partido – ou parte dele – é mesmo tal coisa.

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Já esta é a manchete da Folha no dia em que Bolsonaro citou o episódio de 11 anos atrás em que, xingado de “estuprador” pela deputada Maria do Rosário, reagiu dizendo que não a estupraria porque ela não merece.

Captura de Tela 2015-01-04 às 17.48.39Assim como outras dezenas de manchetes e reportagens da ocasião, não há referência à ironia, nem ao sarcasmo evidente de Bolsonaro contra quem o chamou de estuprador, embora, ao contrário do que ocorre no caso da “quadrilha” petista, não haja o mais mínimo motivo para considerar o deputado tal coisa. (Já escrevi sobre o tema aqui e aqui.)

Ambos – Carvalho e Bolsonaro – se colocaram por um momento no papel que alguém lhes atribuiu e tripudiaram em cima disso.

Sim: eu repudio a reação de Bolsonaro, embora sem igualá-la a ação de Rosário, muito pior. Mas não posso deixar de repudiar também a capacidade seletiva da imprensa, dos petistas e de suas linhas auxiliares de detectar ironias – por mais grosseiras que sejam – de um lado só, ou somente quando lhes convém.

Felipe Moura Brasilhttps://www.veja.com/felipemourabrasil

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