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Grazi Massafera é mãe surtada em Uma Família Feliz: ‘Mulher se questiona’

No filme dirigido por José Eduardo Belmonte, atriz interpreta Eva, mulher acusada de agredir os próprios filhos, e fala a VEJA sobre maternidade

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 abr 2024, 20h38

Em Uma Família Feliz, filme que acaba de chegar aos cinemas, Eva (Grazi Massafera) vive uma vida aparentemente perfeita ao lado do marido, Vicente (Reynaldo Gianecchini), das filhas gêmeas (interpretadas por Luiza Antunes e Juliana Bim) e do bebê recém-nascido, Lucas. A família margarina mora em um condomínio de casas de classe média, mas vê a paz sumir quando a mãe é acusada de maus-tratos às crianças, sendo alvo do escrutínio de vizinhos quando vídeos gravados dentro de casa começam a vazar na internet. Dirigido por José Eduardo Belmonte, o longa foi escrito por Raphael Montes, mesmo autor de Bom Dia, Verônica. Em conversa com VEJA, Grazi Massafera falou do desafio de interpretar uma personagem ambígua que questiona a todo momento a própria sanidade.

Confira a entrevista:

Em Uma Família Feliz, você interpreta Eva, uma mãe acusada de agredir os filhos. Como foi encarar essa personagem? Para mim, como mãe, o instinto foi logo querer defendê-la a todo custo, então foi difícil fazer dela uma suspeita, porque o lado maternal grita muito forte, mas o diretor, José Eduardo Belmonte, me ajudou a construir uma tensão em cena que gera a dúvida sobre a história da Eva, porque ela tem várias questões ali, ela está ali passando pelo puerpério, que mexe muito com a cabeça da mulher. A gente já se questiona durante toda a vida, principalmente quando estamos com TPM, e nos perguntamos se estamos mais irritadas que o normal, os hormônios ficam uma loucura. Então a personagem chega a se questionar se ela de fato está fazendo isso com as crianças. E o curioso é que o pai nunca se questiona. O homem nunca se questiona. A gente se pergunta: ‘Será que eu estou louca?’. Quando estamos ali, um pouco acima do limite das emoções, somos chamadas de loucas. A Eva se questiona, mas decide investigar o que está acontecendo e aí ela vira um leão, com uma força feminina que sobrepõe tudo. 

É uma personagem que dialoga bem com o machismo que ainda persiste na sociedade, certo? Sim. Eu sempre quis ser mãe, mas acho que a Eva foi colocada nessa posição sem questionar. Eu sinto que ela queria trabalhar, fazer as coisas dela, se realizar primeiro em outros lugares antes de montar essa “familinha feliz”. Porque ela é obrigada a fazer um monte de coisas, precisa sustentar aquela imagem perfeita como a sociedade exige. 

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Você é mãe da Sofia, de 11 anos. Lembra como foi o puerpério? A minha filha foi muito desejada e esperada. Eu sou canceriana, mas mesmo assim eu me questionei e perguntei: ‘Meu Deus, o que está acontecendo comigo?’. Porque era tudo que eu mais queria na minha vida e de repente parecia que eu não tinha capacidade. No meu caso, eu fiz análise, isso me ajudou muito. Eu tive o privilégio de ter uma psicóloga, mas quantas mulheres não têm, né? Quantas mal têm plano de saúde? E eu até brinco que as mulheres deveriam ter um plano de saúde feminino que contasse com esses auxílios específicos da mulher. 

O filme aborda como as redes sociais são nocivas no mundo de hoje. Como lida com o escrutínio da internet? Tanto no filme como na sociedade as redes sociais são um problema, uma doença. Até fiz uma novela recentemente que falava disso, Travessia, da Glória Perez. A personagem principal era vítima de fake news, acusada de sequestrar um bebê, e quase morreu linchada. Então é uma doença coletiva. E a internet é um lugar onde as pessoas colocam suas frustrações embutidas, então é muito perigoso, porque mentiras se tornam verdades, verdades se tornam mentiras, e eu acho que mais do que nunca a gente tem que ter sanidade para lidar.  Eu procuro investir em mim, em me conhecer, me estudar e me reeducar o tempo inteiro, principalmente depois que eu tive a Sofia. Eu busco ter um discernimento de quem sou, do que quero, e isso me blinda dessas coisas. 

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