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Por Raquel Carneiro
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Diretor de ‘O Protetor’ a VEJA: ‘Astros de cinema exigem mágica’

Colaborador de Denzel Washington há mais de 20 anos, o cineasta comenta os segredos do estrelato e fim da trilogia com 'Capítulo Final'

Por Thiago Gelli 7 out 2023, 08h00

Na Hollywood de hoje, há poucos autores tão versados no filme popular americano quanto Antoine Fuqua, 58 anos, dono de uma filmografia estrelada por caubóis, boxeadores, cavaleiros, gângsteres, presidentes, agentes especiais e, em breve, até Michael Jackson, que ganhará uma cinebiografia. Responsável por Dia do Treinamento, que deu a Denzel Washington seu primeiro Oscar, o cineasta mantém a parceria com o colega há mais de 20 anos, e com ele realizou a trilogia O Protetor, cujo terceiro e último filme estreou na última quinta-feira, 5 de outubro. 

Baseada no seriado O Justiceiro, da década de 1980, a saga acompanha o ex-agente especial Robert McCall (Washington), que se vê obrigado a utilizar suas habilidades de combate para proteger os inocentes de Boston — quando não está lendo um bom livro ou trabalhando como motorista do aplicativo de caronas Lyft. Em O Protetor: Capítulo Final, sua busca por Justiça o leva a um novo cenário: a Itália, onde enfrenta um elaborado esquema de tráfico e acaba baleado. Resgatado por moradores de uma vila bucólica, o herói se afeiçoa pelos locais — e deve então arregaçar as mangas para proteger o vilarejo de mafiosos.

Entre arquétipos do cinema de ação e a riqueza cenográfica da Itália, o longa cativa com o magnetismo de Washington e o estudo de personagem dedicado da direção, que Fuqua detalhou em entrevista exclusiva a VEJA: 

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Ao contrário de James Bond ou John Wick, Robert McCall é um homem pouco excêntrico ou ostentativo. Por que o senhor optou por um herói comum? É crucial para mim que os protagonistas estejam fincados em algo identificável ao público. Gosto mais da ação quando ela tem os pés no chão e convence o espectador de que seus heróis são capazes de fazer o que fazem. O Protetor tem tudo a ver com isso: Denzel interpreta um homem trabalhador que sucumbe à jornada do herói com hesitações, mas que acredita estar fazendo o correto para ajudar o próximo. O mais importante, no fim, é que o espectador se importe com os personagens e a ação comunique algo sobre eles.

Da máfia aos caubóis, seus filmes costumam repensar antigos tropos do cinema americano. O que o atrai a esses formatos clássicos? Cresci vendo esses filmes. Quanto à máfia, muito me interessa como organizações assim ainda existem e se adaptam à juventude — vide os motoqueiros da Camorra, a máfia napolitana. O que mais me fascina é o quanto esses arquétipos revelam sobre a condição humana, explorando brutalidade e saúde mental, por exemplo. Conversando com nativos na Itália, ouvi até que os criminosos da Camorra não seriam mafiosos, e sim bárbaros — como aqueles da Roma antiga. O cinema é perfeito para explorar todos esses pontos de vista.

Denzel Washington é a peça chave da trilogia. Na sua opinião, o que faz uma estrela de cinema? Antes de tudo, é preciso muito talento. Qualquer um pode ser popular, mas o astro de cinema é um especialista da arte cênica. Outro requisito é mais raro: mágica. É difícil dizer o que ou quando acontece, mas essa qualidade é inconfundível quando vista através da lente de uma câmera. Acredito, é claro, que novas estrelas possam surgir, mas o vício de jovens atores nas redes sociais é um erro, porque assim não existe mais mistério. Quando essas figuras desaparecem fora 

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Por que é importante para o senhor finalizar O Protetor como uma trilogia, ao invés de aderir à tendência de universos intermináveis? Não é o que faço, nem no que me interesso. Fiz cada Protetor pensando no filme em si, não em uma franquia expansiva. No entanto, essa decisão está nas mãos do estúdio, e podem querer fazer mais. De qualquer jeito, não me vejo voltando a dirigir um longa dessa saga. Termino aqui para prosseguir rumo a outros projetos. 

A violência explícita é uma marca da trilogia, e Capítulo Final certamente honra tal assinatura. O que mais lhe interessa na hora de elaborar cenas de luta? Penso primeiro no personagem, depois em sua expressão. Especialmente com um ator como Denzel, não é como se estivesse trabalhando com um acrobata capaz de rodopiar no chão e pular pelo ar. Mesmo assim, tudo que ele faz é preciso. No primeiro filme, ele enfia uma rolha na garganta de um algoz antes de matá-lo, uma decisão que comunica exatamente o que ele sente sobre o grupo que está rivalizando. Quando o personagem dá esse passo além da funcionalidade e decide fazer seus rivais sofrerem, isso é mais expressivo que qualquer diálogo. 

Olhando para o futuro, como vai a produção da cinebiografia de Michael Jackson? Não posso revelar nada no momento, mas está indo muito bem. O papel principal está nas mãos do excelente Jaafar Jackson, sobrinho de Michael. Já o desafio de tecer uma cinebiografia tem sido cativante e a equipe ao meu redor é ótima, especialmente Graham King, produtor de Bohemian Rhapsody.

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