Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Educação em evidência Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
Continua após publicidade

Menos salas, menos escolas, menos professores

Se forem mantidos no nível atual, os recursos para a educação pública brasileira serão divididos por um número cada vez menor de alunos.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 23 set 2019, 15h44 - Publicado em 23 set 2019, 15h32

No quarto post da série sobre o Estudo “Como desatar os nós da educação? Uma nova agenda, vamos tratar das mudanças no perfil demográfico da população em idade escolar.

O Brasil está envelhecendo. Isso significa que teremos mais idosos do que jovens. Hoje, a conta é inversa. Em 2020, teremos cerca de 63 milhões de pessoas com menos de 20 anos de idade, em 2040 serão 56 milhões e, em 2060, 48 milhões. Já a população com mais de 60 anos será de, respectivamente, 28, 54 e 76 milhões. Menos gente na escola, mais gente em busca de recursos para a saúde e para garantir uma sobrevivência cada vez mais longa – e cara.

figura 6 apresenta as mudanças demográficas para os grupos de até 40 anos: vamos passar de pouco mais de 3 milhões de nascimentos, por ano, para cerca de 2 milhões. Ou seja, vamos diminuir de aproximadamente 1 milhão de pessoas em cada faixa escolar. Isso significa, grosseiramente, 40 mil salas de aula a menos em cada série escolar. Menos salas, menos escolas, menos professores. Mas podemos contar que os recursos serão os mesmos? Vão aumentar? Vão se reduzir?

figura 7 mostra a evolução nos anos recentes, desde 2001: a transição demográfica avança rapidamente. No grupo de 18 a 24 anos a redução foi mais lenta nos últimos 16 anos, pois ainda reflete os nascimentos ocorridos no início do século. Já a taxa de redução do grupo de zero a quatro anos é muito mais acentuada: em 2001 havia 20,8 milhões de crianças no grupo de 0 a 4 anos, em 2017 eram apenas 17,3. Isso significa que, nos próximos anos e décadas, os grupos que demandam escola serão cada vez menores.

Continua após a publicidade

figura 8 mostra como as matrículas vêm se reduzindo em cada faixa de ensino – exceto no ensino superior. Olhando ao mesmo tempo as figuras 7 e 8, podemos observar como as proporções de matrículas vão mudando rapidamente. Em 2001, por exemplo, havia 20,8 milhões de crianças de zero a quatro anos, sendo que 5,9 estavam matriculadas em creches (cerca de 28%). Já em 2017 havia 8,5 milhões de matrículas para um total de 17,3 milhões de crianças (quase 50%). No ensino superior se dá o contrário – em 2001 havia 3 de 24 milhões de jovens de 18 a 24 anos nas universidades (12,5%). Atualmente há 8,3 de um total de 23,9 milhões, cerca de 34%. Com a redução da população nessa faixa etária, essa proporção irá aumentar ainda mais, mesmo sem aumento de vagas.

Esses dados mostram o fim de uma fase – a explosão da demanda. Se os recursos para a educação forem mantidos no nível atual, isso significaria um aumento significativo dos valores per capita: os mesmos recursos seriam divididos por um número menor de alunos. O problema está no 1º parágrafo: de um lado teremos menos jovens, de outro, mais idosos. E como os recursos são escassos, eles necessariamente deverão ser redistribuídos. A competição por recursos se tornará mais acentuada.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.