O nome do jogo

Não é de hoje que deputados, senadores e governadores tentam legalizar a exploração do jogo no Brasil. Não têm conseguido pela via normal de busca de respaldo na sociedade mediante a abertura de diálogo sobre os prós e contras do assunto em si e agora tentam usar a periclitante situação da segurança pública como atalho. Discutem a criação de um fundo alimentado com recursos oriundos dos impostos que seriam recolhidos dos cassinos legalizados.

Pois bem. Na edição de hoje, o jornal O Globo revelou a existência de uma rubrica no Orçamento da União que deixa à disposição R$ 1.065 bilhão para investimentos no setor de segurança, dos quais este ano foram utilizados apenas R$ 185 milhões. Como não é crível que suas excelências ignorem a existência desses recursos, lícito concluir que o debate em torno da criação de um novo fundo não tenha como objetivo melhorar as condições da segurança do público, mas sim legalizar os jogos de azar por via transversa. Falta de transparência assim é malandragem.