São Paulo, Rio e Amazonas têm maior número de linhagens do coronavírus
Mapear as linhagens é importante para saber se exames de diagnósticos e vacinas anti-Covid precisam ser aperfeiçoados
11 de fevereiro, 11h05: O Brasil chega vagarosamente a 4.321.678 pessoas vacinadas com a primeira dose do imunizante contra a Covid-19 (cerca de 2% da população) e, apesar de termos motivos para uma luz no fim do túnel, o túnel de 2021 é comprido, muito comprido. Baixar a guarda agora promovendo aglomerações, feiras livres e festas é ajudar que as novas variantes do coronavírus tomem conta do país e nos forcem a começar tudo de novo. Porque é o (irresponsável) comportamento humano que está favorecendo o desenvolvimento de linhagens potencialmente mais transmissíveis do vírus.
A alta circulação de pessoas infectadas (inclusive as assintomáticas) faz o novo coronavírus se multiplicar mais rapidamente. Quando há erros em sua replicação, ocorre o que chamamos de mutação. E quando essas mutações são similares e têm um ancestral comum, as agrupamos em um conjunto denominado linhagem. Mapear as linhagens é, portanto, uma importante ferramenta para saber o que mudou desde que aprendemos os primeiros passos nesta pandemia e monitorar se exames de diagnósticos precisam ser aperfeiçoados para detectarem as novas formas do vírus e se as vacinas que hoje conhecemos são e continuarão sendo eficazes contra as novas variantes.
Para sabemos quais são e onde estão as novas composições do vírus precisamos de uma espécie de vigilância molecular forte para sequenciar seu genoma. Como todos os gargalos da ciência brasileira, infelizmente isso é feito muito timidamente no país. Ainda assim, um novo alerta partiu da Fundação Oswaldo Cruz, que atualizou esta semana o número de linhagens encontradas no país. São Paulo aparece na primeira colocação, com 36 linhagens diferentes, Rio de Janeiro, em segundo, com 22, e Amazonas na terceira posição com 21 linhagens.
Segundo a Fiocruz, a principal linhagem encontrada no país ainda é a B.1.1.33, seguida da B.1.1.28, a mesma encontrada em turistas japoneses que passaram por Manaus e que gerou casos confirmados de reinfecção por Covid-19 em brasileiros na região Norte.
12h20: Faltam 15 dias para o corpo técnico da FDA, a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, dar um veredicto sobre a eficácia e segurança do imunizante da Janssen, vacina que testo como voluntária desde meados de novembro. Na sequência, a própria FDA baterá o martelo e deve liberar a primeira vacina de dose única contra a Covid-19. Sim, as vacinas estão chegando, mas o vírus e suas mutações se mostram cada vez mais velozes e ainda uma potente ameaça para 2021.