Assine VEJA por R$2,00/semana
Coluna da Lucilia Por Lucilia Diniz Um espaço para discutir bem estar, alimentação saudável e inovação
Continua após publicidade

Ora, pitombas

Aviões cruzam os céus trocando frutos exóticos enquanto o Ano Internacional das Frutas e Vegetais não decola.

Por Lucília Diniz
18 fev 2021, 16h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A ONU declarou 2021 como sendo o Ano Internacional das Frutas e Vegetais. Obviamente, esta decisão não foi tomada ontem. Mas pouco ou nada se ouviu falar de uma coisa tão importante que deveria inspirar milhões a comer frutas. Ao menos, mais pitombas.

    Publicidade

    Sim, aquela frutinha do Nordeste que rompemos com o dente, para então desfrutarmos da polpa carnuda que é doce e azedinha ao mesmo tempo. Sem falar que é excelente fonte de fibras, ferro, cálcio e vitamina C.

    Publicidade

    Ora, a pitomba é fruta nativa do Brasil, país tropical por natureza e onde, em se plantando, tudo dá. Abençoado, portanto, com o potencial de produzir toneladas e toneladas de frutas sem fim, certo? Na verdade, o mais provável é encontrar pitayas que pitombas na quitanda da esquina. Eis aí que o assunto pode nos engasgar.

    A pandemia mostrou que consumir alimentos naturais e que fortaleçam a saúde e as defesas do organismo é uma boa ideia. Tendência que impulsiona a procura por frutas. Do lado de cá, como país produtor, em pleno ano de pandemia e isolamento social, as exportações de frutas cresceram. De olho no sistema imunológico, o destaque ficou para as frutas cítricas, como o limão.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Só que, das fronteiras para dentro, o cenário é bem diferente. Apenas um quarto dos brasileiros ingere a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela OMS – Organização Mundial da Saúde. São muitos os fatores desse baixo consumo, dentre eles a menor escolaridade e renda. Entretanto, mais do que nunca, a hora de se conformar com esta situação passou.

    Do ponto de vista ambiental, se trata de um absurdo sem tamanho exportar as frutas que deveriam alimentar milhões de pessoas a baixo custo, para então importar outras, exóticas, exuberantes e mais caras. E que deixam, em seus países de origem, a mesma paisagem alimentar para trás. Não faz sentido trançar os céus com aviões trocando pitombas por pitayas!

    Publicidade

    Entretanto, romper com uma cadeia produtiva estruturada não se trata de uma revolução inconsequente. E culpar a crise pela falta de mexericas em casa não basta, já que bolachas recheadas estão sempre à vista pelos lares brasileiros.

    Continua após a publicidade

    Ou seja, mais uma vez, a solução se dá pela cultura. Inúmeros estudos já provaram que hábitos alimentares saudáveis são criados a partir de outros comportamentos saudáveis. Quem tem maior preocupação com a saúde, como pessoas que praticam atividade física, já apresentam maior consumo regular de frutas. Exatamente porque uma coisa puxa a outra.

    Publicidade

    Portanto, não deixemos de impulsionar o Ano Internacional das Frutas e Vegetais com o entusiasmo que merece! A ponto de incentivar os países, com o poder de seus governos, a promoverem políticas alimentares mais realistas e justas, com os recursos presentes, que podem brotar por aí – e ainda dar sombra.

    De minha parte, contribuo até com ficção pois, se você quer saber, nunca comi pitomba alguma! Pude descrever a experiência apenas pelo que pesquisei sobre ela. Infelizmente, por enquanto é mais fácil eu encontrar pitayas. Mas não vejo a hora de aumentar o meu consumo de frutas com esta pequenina nordestina. Ainda mais depois de saber que é prima da lichia, que adoro – de verdade.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.