João Doria baixou o tom nos últimos dias, depois do acirramento das tensões entre ele e a cúpula nacional do PSDB a respeito da candidatura ao Palácio do Planalto na semana passada. O clima neste momento é de incerteza dentro do partido se ele manterá o figurino de “paz e amor” na reunião prevista para ocorrer com a cúpula partidária ou se vai para o vale-tudo com o grupo liderado pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo.
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Doria convocou para o meio-dia de hoje um pronunciamento para falar sobre a corrida presidencial. Até o fim da semana passada, ele manteve o tom duro em relação às negociações do comando tucano com o MDB e o Cidadania, que avançaram na direção da indicação de Simone Tebet (MDB) para concorrer ao Palácio do Planalto. Recusou o convite para uma reunião e empenhou-se em rebater internamente a tese de que a senadora tem mais condições de crescer e conquistar o eleitor, dado seu desempenho na pesquisa interna encomendada pelos três partidos.
Aliados de Doria chegaram a dizer categoricamente nas reuniões internas que a queda de braço com a direção partidária apenas jogar contra seu plano de candidatura. Poderia insuflar ainda mais o movimento contra ele dentro do partido, fortalecendo o nome de Tebet na disputa. Mas os mesmos aliados dizem que Doria se mantinha irredutível até então na ideia de deveria bater de frente com o grupo liderado pelo presidente do partido, Bruno Araújo.
A conversa de hoje, se depender das declarações de Doria no fim de semana, poderá ser mais amena. Há uma torcida para que o ex-governador, por exemplo, diga com todas as letras que não vai arrastar o assunto para os tribunais, caso o comando tucano insista em seguir adiante com a negociação aberta com o MDB. Mas há no entorno do tucano quem ache que o discurso light tem vida curta.
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