Quem orbita em torno do presidente Jair Bolsonaro diz que sua já anunciada filiação ao PL de Valdemar Costa Neto extermina o principal fantasma que pairava sobre a estratégia de alianças para a corrida presidencial do ano que vem. Que os partidos do Centrão têm no fisiologismo sua principal característica, ninguém duvida. Mas o PL era de fato tido no Planalto como a legenda com maior potencial de virar a casaca até a eleição. Em tese, problema resolvido.
É claro que, em termos de governabilidade para este último ano do mandato, o movimento de Bolsonaro tem seus encantos. Mas engana-se quem acredita que o Centrão agora tem dono, apenas porque Bolsonaro decidiu se filiar a um dos partidos mais fortes desse grupo político. Um alto integrante do PL – que, por sinal, não gosta nem um pouco da ideia de dividir legenda com bolsonaristas – resumiu à coluna o que se pode esperar em termos de fidelidade: “Ninguém aqui vai comprar promessa solta no ar. O Bolsonaro está devendo para o PL faz tempo. Vai ter que agradar a muita gente para fazer a roda girar”.
Ele se referia ao fato de a legenda de Valdemar Costa Neto ter se sentido desprestigiada na distribuição de cargos no governo até o momento. Não foram poucas as vezes nos últimos meses que integrantes do PL ficaram enciumados diante da força do PP no governo. Ou dos avanços de legendas como Republicanos e PSD na Esplanada.