Assine VEJA por R$2,00/semana
Cidades sem Fronteiras Por Mariana Barros A cada mês, cinco milhões de pessoas trocam o campo pelo asfalto. Ao final do século seremos a única espécie totalmente urbana do planeta. Conheça aqui os desafios dessa histórica transformação.
Continua após publicidade

Olimpíadas deixam legado de mobilidade para o Rio e questionamento sobre gastos de megaeventos

Principais avanços urbanos foram no transporte público, mas experiência carioca levou COI a rever critérios na escolha das sedes

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 22h03 - Publicado em 22 ago 2016, 08h04
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Aneis olímpicos no Parque Madureira (Divulgação)

    Aneis olímpicos no Parque Madureira (Divulgação)

    Publicidade

    Quando o Rio de Janeiro iniciou o processo de concorrência para sediar as Olimpíadas, em 2007, o Brasil vivia um momento muito diferente do qual encerrou os jogos, nove anos depois. Ainda com Luis Inácio Lula da Silva na presidência, a candidatura do país naquela época, se contrapondo às de Chicago e Madri, era parte da estratégia de aumentar a influência internacional brasileira, que se apresentava como potência emergente idealmente coroada com um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

    Publicidade

    Agora, na pior recessão dos últimos dezoito anos, o país teve de encontrar alternativas para baixar custos e encontrar meios de financiar as exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI). Logo antes dos jogos, o cenário era de desconfiança, embalada por atrasos nas obras, instabilidade política e denúncias de corrupção.

    Mas, para a surpresa do COI, da mídia internacional e dos próprios brasileiros, os jogos transcorreram bem e atingiram um de seus principais objetivos: deixar um legado urbano para o Rio de Janeiro, especialmente na mobilidade. Deixaram, ainda, um importante alerta para o COI e a comunidade internacional, de que gastos com um espetáculo desse porte são incompatíveis com a realidade de muitos locais e com os problemas ambientais e econômicos mundiais.

    Publicidade

    O Rio poderá usufruir, para além das Olimpíadas, das expansões portuárias e rodoviárias e da ampliação em 16 quilômetros do metrô e de 450 quilômetros de ciclovias, além da rede de ônibus rápido BRT. Este último promete conectar 60% dos 6,5 milhões de cariocas. De quebra, os Jogos trouxeram a oportunidade de debater e refletir sobre o funcionamento da cidade, passo inicial para qualquer transformação urbana. Esses ganhos já se mostram muito mais eficientes e concretos do que as melhorias prometidas pela Copa do Mundo de 2014.

    Continua após a publicidade
    Sistema de ônibus rápido BRT (Divulgação)

    Sistema de ônibus rápido BRT (Divulgação)

    Publicidade

    Claro que o pacote está longe de resolver os problemas da cidade. Até porque, entre os efeitos colaterais das Olimpíadas, estão uma série de despejos de moradores das favelas, que representam 20% do total, e o aumento dos preços dos imóveis, algo comum às cidades-sedes de mega eventos. Para os cofres públicos, a situação também é delicada. Os custos totais de infraestrutura ultrapassaram 20 bilhões de dólares, esticando os orçamentos até o limite.

    No final da história, porém, mostrou-se ser viável realizar uma Olimpíada em um país em recessão e onde a desigualdade social persiste. A constatação foi determinante para que o COI anunciasse, no início deste mês, mudanças nos critérios da escolha das cidades sedes, priorizando reformas em vez de novas obras e a criação de estruturas provisórias. Transportes, hoteis e aeroportos terão de ser adaptados às necessidades das próprias cidades, não mais do COI. A decisão vai ao encontro dos esforços globais por soluções mais sustentáveis em detrimento das espetaculares, diretriz que já vem norteando a produção arquitetônica mundial dos últimos anos. Para os Jogos de Tóquio de 2020, por exemplo, o projeto do estádio olímpico foi substituído por um mais barato. Qualquer que sejam as cidades sedes, as Olimpíadas prometem surtir efeitos positivos por mais tempo do que o período da competição.

    Publicidade
    Pira da Candelária (Gianne Carvalho/ VejaRio)

    Pira da Candelária (Gianne Carvalho/ VejaRio)

    Continua após a publicidade


    LEIA TAMBÉM:

    Governo japonês faz cair à metade custo previsto para o principal estádio das Olimpíadas de Tóquio 2020

    Publicidade

    O paradoxo de Tóquio: como a cidade mais populosa do planeta foi eleita a melhor do mundo para morar

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.