Presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto mantém publicamente a confiança de que Geraldo Alckmin (PSDB) vai conseguir chegar ao segundo turno das eleições. No entanto, se os números das pesquisas atuais forem confirmados nas urnas, o político já tomou uma decisão para evitar vincular seu nome ao de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno.
Segundo apurou VEJA, em uma eventual disputa entre o deputado federal e Fernando Haddad (PT), ACM Neto vai convocar uma reunião da Executiva nacional do partido para decidir a posição da sigla – em que os integrantes devem confirmar o apoio ao presidenciável do PSL. A ideia do político baiano é que a questão seja tratada como uma decisão oficial do DEM e não pessoal dele.
ACM Neto tem tentado se distanciar da imagem de “de direita” e tenta se construir como um “político de centro”. Na avaliação de seus aliados, um apoio a Bolsonaro seria entendido como uma aproximação às suas origens – e até mesmo à “extrema direita”. Além disso, ele não quer ser responsabilizado por um eventual fracasso do governo do parlamentar.
Os correligionários descartam a hipótese de a legenda ficar neutra no segundo turno, com alegação de que “em política não existe neutralidade”. Para tentar alavancar Alckmin no primeiro turno, ACM Neto passou a fazer críticas duras a Bolsonaro. Se antes evitava “conflitos” com o eleitorado do ex-militar, como o próprio admitiu, agora o democrata resolveu entrar em campo contra o presidenciável.
Na semana passada, disse que o capitão reformado não “construiu nada de sólido” em 30 anos de parlamentar. Além disso, afirmou que “não tem experiência, não tem equipe e não está pronto para governar”. Também condenou a proposta do economista Paulo Guedes, que é cotado para ministro de Bolsonaro, de recriar um imposto nos moldes da CPMF.