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Grandes Textos: Sarney e o Brejal dos Guajas (Parte IX)

Publicado no Jornal do Brasil em janeiro de 1988 e retirado do Saite Millôr Online MILLÔR FERNANDES Parte IX Pra não dizerem que tenho má vontade, terminada a ingente tarefa de análise da 1ª página do Brejal, realizo a tarefa ingentíssima de copidescar a mesma. Como bom copy, respeitei o estilo do autor, mudando léxico e sintaxe só […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 04h57 - Publicado em 21 nov 2013, 17h53

Publicado no Jornal do Brasil em janeiro de 1988 e retirado do Saite Millôr Online

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MILLÔR FERNANDES

Parte IX

Pra não dizerem que tenho má vontade, terminada a ingente tarefa de análise da 1ª página do Brejal, realizo a tarefa ingentíssima de copidescar a mesma. Como bom copy, respeitei o estilo do autor, mudando léxico e sintaxe só quando fundamental. Fiz também ligeiras alterações de sentido, preparando a base lógica do futuro. Coisa que o autor não soube fazer, nem no Brejal, nem no Brasil.

Era longe, o Brejal. Longe demais, difícil mesmo de medir em dias ou léguas. Pois, quando chovia, no invernão de pingo grosso, seis meses de água por todos os lados, o Brejal se afastava, a distância não tinha fim. Daqui, primeiro um comboio até bem longe, de longe em canoa, subindo o Rio Itapicuru até Laje Amarela, e de lá, num cavalo já avisado, até a ponta de uma das ruas, e mais, se era gente amiga, senão só até o único quarto de hospedaria do pequeno mercado e olhando assim, só de frente e de lado, cuidando de falar mansinho, até que se soubesse a que vinha e donde.

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Ruas mesmo, tinha duas: a da Matriz e a do Mercado. A cidade era menos que seis vintenas de casas. O telégrafo era só quando Deus queria, as calçadas um luxo de poucos, três ou quatro casebres faziam de prédios públicos. Escola não tinha, quer dizer, tinha uma, de uma sala, construída recentemente, nela residia o sargento da força policial de dez praças, outra escola estava sempre ficando pronta, e havia um galpão na Prefeitura.

Do antigo teso grande onde agora se localizava a cidade só restava um pé de tamboril, copudo, verde, de folhagens abertas, em frente à casa da Rosa Menina. Quando estava no tempo, os moleques vinham e juntavam as favas. Ali, antigamente, os veados chegavam à noite para a comida sem sustos. Boa espera deveria ser aquele tronco onde agora ficavam amarrados os animais, junto da rancharia. Na cidade, como era, todos se conheciam, e o que se vendia eram os teréns de vestir e de comer, pouco arroz, mas de muito babaçu e mandioca. Brejal dos Guajas, porque ficava próximo à aldeia dos Guajajaras, hoje domados, perdidos, mortos nos longes.

(A coluna continuará a publicar nos próximos dias as duas partes finais da hilariante análise de Millôr sobre o livro de José Sarney)

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