Assine VEJA por R$2,00/semana
Augusto Nunes Por Coluna Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Deonísio da Silva: Sorte no jogo, infeliz no amor

Na antiguidade, o Latim sortis designava um pedaço de terra especialmente produtivo. Foi assim que a palavra passou a designar o que dá certo na vida

Por Augusto Nunes Atualizado em 13 ago 2017, 11h27 - Publicado em 13 ago 2017, 11h27
  • Seguir materia Seguindo materia
  • (Reprodução/Reprodução)

    O amor à terra deu sorte para o país, como atesta o agronegócio. O que poucos sabem é que a palavra sorte surgiu da terra boa para o plantio. Na antiguidade, o Latim sortis designava um pedaço de terra especialmente produtivo. Foi assim que a palavra passou a designar o que dá certo na vida.

    Publicidade

    Toda semana, milhões de brasileiros, que antes tentavam ver a sorte ouvindo o que uma cigana lia em suas mãos, agora querem ficar ricos e parar de trabalhar.

    Publicidade

    Milhões já pararam, mas sem ganhar na loteria. Temos 13 milhões de desempregados. E a sorte não basta para muitos deles, é preciso a sorte grande, a “mega-sena” acumulada. (O correto é megassena).

    O azar precisa ser esconjurado. O número 13 e o mês de agosto são dois emblemas do azar. O medo deste número tem um nome complicado: triscaidecafobia. Foram ao grego, como sempre, para compor a palavra.

    Publicidade

    As explicações para o azar do número 13 são muitas, mas confusas. Judas (século I) completou o número 13 à mesa, chegando depois dos onze discípulos para a Última Ceia e ainda derrubou o saleiro quando conversava com o Mestre, que já sabia do seu papel de traidor. Os dois morreram logo após aquela última refeição: o traído, crucificado; o traidor, enforcado.

    Continua após a publicidade

    Dois milênios depois, um jornal brasileiro obrigou-se a uma correção famosa numa das edições da Semana Santa, esclarecendo que Jesus não morrera enforcado…

    Publicidade

    Outro motivo para o 13 ser número de azar foi-nos dado por Pedro Álvares Cabral ainda na viagem do Descobrimento. Quem gritou “terra à vista” foi o marinheiro que estava de castigo na cesta da gávea, no alto do mastro, lugar de sofrimento, onde o indigitado passava sede, fome e frio porque às vezes se esqueciam dele.

    O recinto passou a ser conhecido como casa do characulus, que virou xingamento obsceno, mas atualmente já é indicador de qualidade, de admiração etc. As moças, mais delicadas com este tipo de linguagem, exclamam caraca, um eufemismo.

    Publicidade

    Eram 13 as naus da poderosa esquadra ou frota. Sim, eram naus, Pero Vaz de Caminha não usa a palavra caravela uma única vez. E ele escrevia muito bem, era um qualificado escrivão.

    A sorte na vinda transformou-se em azar na volta: naufragaram sete das treze naus e ele nunca mais foi nomeado nada pelo rei que lhe confiara tamanha tarefa.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Bem antes disso, o número 13 já simbolizava o azar. O primeiro Código de Hamurábi, no século XVIII a.C., já pulava do 12 para o 14 na lista de suas leis. Na cabala judaica, são 13 os espíritos malignos e Satanás é justamente o número 13.

    E nos ditos jogos de azar, diz-se, como consolo, que quem tem sorte no jogo é infeliz no amor.

    O Brasil está à beira de grandes mudanças. Outra vez. O filme Sorte no Amor mostra que o azar de uns pode ser a sorte de outros.

    Ashley, uma sortuda na vida, encontra o azarado Jake numa festa. Eles se beijam e o resultado é que o azar dele passa passa para ela, e ele vira um sortudo.

    O Brasil atual pode ser o Jake que, sem esperar, recebe o beijo da sorte. Mas que azar o de moça!

    Continua após a publicidade

    Confira aqui outros textos de Deonísio da Silva

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.