Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Como jogar polo sobre duas rodas

Aiuri Rebello “3, 2, 1, polo!” O grito de guerra bem que poderia ecoar nos campos verdes da Sociedade Hípica Paulista, ou em alguma piscina país afora. Mas é no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, que ele explode durante as noites de terça e quinta-feiras. Não que um dos mais significativos […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 11h17 - Publicado em 24 jul 2011, 17h37

Aiuri Rebello

“3, 2, 1, polo!”

O grito de guerra bem que poderia ecoar nos campos verdes da Sociedade Hípica Paulista, ou em alguma piscina país afora. Mas é no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, que ele explode durante as noites de terça e quinta-feiras.

Não que um dos mais significativos cartões postais da capital paulista seja invadido por jogadores a cavalo empunhando tacos e perseguindo bolinhas, ou que uma piscina tenha sido criada num dos lagos do parque. A contagem regressiva é a senha para o começo de uma partida de Bike Polo – um esporte quase desconhecido no Brasil.

A versão que substitui cavalos por bicicletas e o gramado por uma quadra de concreto chegou ao país há pelo menos dois anos. Os poucos entusiastas se concentram em São Paulo, Aracaju e Curitiba.

Continua após a publicidade

“Conheci o esporte no começo de 2010, quando visitei um amigo em Barcelona”, conta o fotógrafo Gabriel Rodrigues, 30 anos, o Gargamel. “Joguei uma vez na Espanha e me identifiquei na hora com aquilo. Quando voltei, fiz uma pesquisa e descobri que um grupo se reunia no Ibirapuera para jogar”.

As regras do jogo – As partidas, disputadas entre duas equipes de três ciclistas, duram no máximo 10 minutos. Podem acabar mais cedo se um dos times fizer cinco gols. Mais preocupados em conquistar adeptos do que em estabelecer regras, os jogadores de Bike Polo são especialistas em improviso: qualquer bicicleta serve, mas as mais recomendadas são aquelas com quadro de corrida, pneus um pouco mais largos e catraca fixa – que freia a bike quando se pedala ao contrário. Também é conveniente uma calota na roda da frente, para impedir “tropeços” na bolinha. O taco é montado com um bulbo vazado de polipropileno parafusado na ponta de uma haste de alumínio, como as utilizadas para esquiar na neve. A empunhadura é trabalhada com fitas antiderrapantes, iguais às das raquetes de tênis.

O regulamento é simples: fechar um oponente, perpendicular ou frontalmente, é considerado falta. Também é proibido colocar o pé no chão – mas pode-se ficar apoiado no taco. Quando o jogo é paralisado, a partida recomeça de uma das laterais. “É muito simples e divertido”, resume o empresário Wagner de Carvalho, 39 anos. “Dá para pegar o jeito fácil, principalmente se você pedala bem. Tem tudo a ver com essa cultura urbana da bicicleta”.

Os jogadores do Bike Polo não contam têm uma federação, nem parecem preocupados com equipamentos oficiais. O esporte pode ser praticado em qualquer quadra poliesportiva cercada, para a bolinha não saia de campo com muita frequência. Tanto o gol quanto a bola são iguais aos de street hóquei sobre patins.

Continua após a publicidade

O Bike Polo pelo mundo – Na Europa e nos Estados Unidos, o Bike Polo é jogado há muito tempo. O campeonato europeu entre equipes está na 11ª edição. Em Londres, uma liga amadora reúne times fixos sustentados por patrocinados. Em vários países, o Bike Polo é disputado na grama, onde surgiu originalmente. Quando praticada em quadras, é chamada de hardcourt.

A origem da modalidade, ainda imprecisa, remonta ao fim do século XIX. Na versão mais aceita, o esporte teria sido criado pelo irlandês Richard J. Mecredy, conhecido como Arjay. Vencedor de inúmeras provas de ciclismo no Reino Unido, ele teria apresentado a ideia a amigos em 1891. Nesse ano ocorreu o que é considerado a primeira partida de Bike Polo da história, entre Rathclaren Rovers e Ohne Hast Cycling Club, na Irlanda. Até sua morte, em 1924, aos 63 anos, Arjay publicou diversas revistas e manuais sobre o assunto.

O esforço de Arjay e seus parceiros valeu a pena. Em 1908, nos Jogos de Londres, o Bike Polo teve sua primeira e única participação numa Olimpíada – como modalidade em demonstração. A Irlanda bateu a Alemanha por 3 a 1 na final e levou a medalha de ouro.

Na manhã do último domingo, aconteceu o 2º Torneio São Paulo Bike Polo, organizado por blogs e redes sociais. A competição durou cerca de quatro horas e reuniu 15 jogadores, divididos em cinco equipes. Os campeões foram os Underdogs, que participarão em outubro do primeiro campeonato sul-americano, em Santiago do Chile. Gargamel, capitão do time, foi o artilheiro com 13 gols. Em São Paulo, os treinos ocorrem às terças e quintas, das 21h30 às 23h. Embora muitos façam parte de times fixos, os praticantes do Bike Polo estão sempre à caça de novos talentos. Quem estiver sobre uma bicicleta e passar nas imediações de uma das quadras poliesportivas do Parque do Ibirapuera muito provavelmente será convidado a pegar um taco emprestado e arriscar alguns lances na pista.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.