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“Onde está a honestidade?” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann Só política, só bandidagem, só ladroeira. Parece que todas as páginas dos jornais foram destinadas ao noticiário do crime ─ ora é crime a mão armada, ora é crime por propina dada, ora é crime de verba desviada, ora é crime cometido por amigos do peito, ao lado dele, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h39 - Publicado em 25 jan 2016, 16h28
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  • Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

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    Só política, só bandidagem, só ladroeira. Parece que todas as páginas dos jornais foram destinadas ao noticiário do crime ─ ora é crime a mão armada, ora é crime por propina dada, ora é crime de verba desviada, ora é crime cometido por amigos do peito, ao lado dele, e ele não sabia de nada. Nada como um assunto mais leve ─ música, por exemplo. Um bom disco de Noel ─ ele compôs (em parceria com Francisco Alves), ele mesmo canta (https://youtu.be/5F6gfazcwAc). Noel Rosa, lembremos, era o Chico Buarque da época ─ uma quase unanimidade.

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    O samba é um clássico: “Onde está a honestidade?” Que bela letra! “Você tem palacete reluzente/ Tem joias e criados à vontade/ Sem ter nenhuma herança nem parente/ Só anda de automóvel na cidade/ E o povo já pergunta com maldade/ Onde está a honestidade?/ Onde está a honestidade?”

    Mais: “O seu dinheiro nasce de repente/ E embora não se saiba se é verdade/ Você acha nas ruas diariamente/ Anéis, dinheiro e até felicidade/ E o povo já pergunta com maldade/ Onde está a honestidade?/ Onde está a honestidade?”

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    Não, nada que se refira à disputa para ver quem é a viva alma mais honesta do país. É um samba antigo, gravado em 1934. Nada a ver, como se nota (nota? Evitemos o duplo sentido: “como se percebe”, que tal?), com pixulecos, mochilas e malinhas com alta capacidade de carga, até R$ 500 mil cada uma (na época, a moeda nem era o real: era ainda o mil-réis). Tudo bem, sempre alguém vai achar que o velho samba, tão eterno, se refere a fatos atuais. 

    Até pode parecer, né?

    Noel, o poeta de sempre

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    Noel vale mais lembranças. Veja, de “Fita Amarela”, este verso: “Se existe alma, se há outra encarnação/ eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão”.

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    Ou este, de “Último Desejo”, que evoca a virtude do silêncio, do calar e não lembrar, em certas situações: “Perto de você me calo, tudo penso e nada falo”.

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    Lula e o Japonês

    No encontro com jornalistas amigos, na quarta, Lula disse que o governo petista “criou mecanismos para que nada fosse jogado em baixo do tapete”. Esta posição não coincide com a da Polícia Federal. No fim do ano, uma circular na Intranet da Federal informou que não havia verba nem para combustível. Houve cortes de luz, por atraso no pagamento. O repórter Cláudio Tognolli, sempre preciso (https://br.noticias.yahoo.com/blogs/claudio-tognolli/?nf=1), noticia há meses os problemas da PF com o governo.

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    Agora a coisa explodiu: na quinta, as quatro maiores associações da PF se reuniram (fato inédito) e decidiram agir. Luís Boudens, presidente eleito da Federação Nacional dos Policiais Federais, informa que “os delegados pensam em entregar seus cargos de confiança”.

    Em quem acreditar: no ex-presidente Lula ou nos companheiros do Japonês?

    Os pixulecos paulistas

    Em São Paulo quem está na ofensiva é a Polícia Civil, com apoio do Ministério Público Estadual: três dos interrogados na Operação Alba Branca, que investiga a compra de alimentos para a merenda, acusaram o presidente da Assembleia, Fernando Capez, PSDB, e um ex-chefe de gabinete da Casa Civil de Alckmin, Luiz Roberto “Moita” dos Santos, de cobrar propinas de 25%.

    Ambos rejeitam a acusação. Mas a investigação continua. A propina, segundo os acusadores, era paga em dinheiro, em postos de combustível à beira das estradas.

    Guerrilha urbana… 

    A propósito, qual o objetivo do Movimento Passe Livre, que se declara favorável à gratuidade do transporte urbano? O MPL, com forte participação do PCB, Partido Comunista Brasileiro, declarou seu objetivo com as sucessivas manifestações em horários de pico no trânsito: “É provocar as estruturas do capitalismo!”, diz Vitor dos Santos Quintiliano, um dos porta-vozes do grupo. “A gente parte muito da linha de que uma manifestação que trava a circulação da cidade trava a circulação de mercadoria. A gente provoca justamente as pessoas que se dão bem com nosso sufoco, essa corja de empresários, poucos e muito ricos”.

    …e errada

    Talvez Quintiliano não saiba, mas mercadoria, numa cidade grande, é transportada fora dos horários de pico de trânsito. Nos horários em que o MPL trava o trânsito, quem fica bloqueado é quem quer voltar para casa depois do trabalho.

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