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“Lula lá” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Lula será preso? Talvez; mas não é obrigatório que a prisão ocorra. Pode acontecer até que ele seja condenado e o juiz lhe dê o direito de recorrer em liberdade

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h32 - Publicado em 19 out 2016, 05h58
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  • Publicado na coluna de Carlos Brickmann

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    A expectativa de prisão de Lula foi levantada por petistas (e reforçada, naturalmente, pelo conjunto da obra): quem deu a notícia de que o risco era real e iminente foi um blogueiro paulista, Eduardo Guimarães, que aproveitou a oportunidade para convocar os correligionários a uma vigília em frente à casa de seu líder. Nada deu certo: a vigília reuniu umas vinte pessoas, 30 no máximo, e o Japonês da Federal não apareceu por lá.

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    Lula será preso? Talvez; mas não é obrigatório que a prisão ocorra. Pode acontecer até que ele seja condenado num dos três processos a que por enquanto responde e o juiz lhe dê o direito de recorrer em liberdade.

    E que fará o ex-presidente enquanto a máquina da Justiça avança para triturá-lo? Breno Altman, jornalista ligado a Lula, editor do site Opera Mundi, diz que uma coisa é certa: o líder petista não sai do Brasil, não pede asilo em nenhuma Embaixada e já comunicou a decisão aos companheiros. Acha que se exilar, ou asilar. enfraqueceria sua defesa, deixaria o PT mais frágil e seria um mau exemplo. E se for preso? “Irá enfrentar, pelas ruas e instituições do país, contando sempre com a solidariedade internacional, a perseguição da qual é vítima. Não se renderá nem fugirá. Se vier a ser preso, será do calabouço que continuará lutando contra o arbítrio e o golpismo, liderados pelos setores mais reacionários da PF, do MPF e do Poder Judiciário”.

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    É uma situação complexa: a prova dos nove.

     

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    Cadeia para os outros

    O ex-ministro José Dirceu, que Lula gostava de chamar de Capitão do Time, acaba de provar que sete anos e 11 meses se esgotam em dois anos. Graças a essa matemática política, está livre da pena do Mensalão. Só não está livre, leve e solto por ter sido condenado também no Petrolão. É uma das últimas heranças de Dilma antes de ser impichada.

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    Em dezembro, Dilma assinou decreto de indulto natalino extinguindo a pena de condenados abaixo de oito anos, que tivessem cumprido um quarto do período, sem falta disciplinar grave. Dirceu, veja só a coincidência, tinha pena de 7 anos e 11 meses, precisamente no limite. Tinha cumprido dois anos, um na prisão, outro em casa. Por sorte, bem no limite. Mas tinha mantido o envolvimento no Petrolão enquanto cumpria pena pelo Mensalão. Por isso, o ministro Luis Roberto Barroso impediu que Dirceu tivesse o perdão. Mas aí ocorreu outra coincidência: o procurador Janot informou que Dirceu tinha cometido os crimes do Petrolão até 13 de dezembro de 2013. Como foi preso no Mensalão em 15 de dezembro de 2013, por coincidência já há dois dias tinha abandonado as atividades ilegais. E isso permitiu que obtivesse o indulto das penas do Mensalão.

     

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    O papel do destino

    Claro que Dilma não escolheu o limite de oito anos para beneficiar Dirceu. Deve ter jogado dois dadinhos para cima ao escolher o número. Nem ninguém pensaria num preso específico na hora de verificar o bom comportamento. Dirceu, efetivamente, acordou num determinado dia disposto a mudar de vida e a cumprir a lei. Ponto final. E foi recompensado pelo céu: por ter-se regenerado bem a tempo, ganhou o indulto. Alvíssaras!

     

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    Querem mais

    A defesa de Lula, que busca comprovar a suspeição do juiz Sérgio Moro, tenta de novo: quer ouvir o prefeito eleito de São Paulo, João Dória; Moro esteve num evento promovido por Dória 13 meses antes da eleição.

     

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    Dinheiro na mão…

    Mas a matemática, ora de subtração de tempo, ora de multiplicação de fortunas, não se encerra em indultos que, por puro acaso, parecem feitos sob medida. Agora se inicia uma estação do ano em que haverá fartura de contas – especialmente bancárias. O mandado de segurança 20.895, impetrado pelo repórter Thiago Herdy e a Infoglobo, foi concedido pelo Superior Tribunal de Justiça; só falta o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do STJ, determinar o cumprimento do acórdão. Dizem que é explosivo: autoriza o acesso às despesas pagas com o cartão corporativo do Governo Federal usado por Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe da representação da Presidência da República em São Paulo. Conforme o que foi pago, e a quem, podem surgir ligações suspeitas.

    Ou insuspeitadas.

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    …é vendaval   

    Rose há muito tempo tem boas relações com Lula; viajou ao Exterior com ele 32 vezes, no Airbus presidencial. Dizem em Brasília que com frequência o nome de Rose não estava na lista de passageiros, o que é ilegal. O cartão tem a resposta para algumas dúvidas. Por exemplo, se aparecerem despesas, digamos, em Angola, e seu nome não estiver entre os passageiros, como terá ido para lá? Rose se manteve poderosa até novembro de 2012, quando foi presa pela Operação Porto Seguro, e Dilma a demitiu do cargo. Ela responde a processo, mas não delatou ninguém.

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