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“A África para os brasileiros” e outras seis notas de Carlos Brickmann

A Exergia, empresa energética do sobrinho, foi criada, segundo a Polícia Federal, apenas para receber e destinar corretamente os pixulecos da Odebrecht

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h37 - Publicado em 9 out 2016, 07h47

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

Por longos e tristes anos, empresários brasileiros mantiveram lucrativos negócios na África, que só cessaram com o fim da escravidão. Passam-se os tempos e os bons negócios voltam — para alguns brasileiros, para alguns africanos. Até um bom dinheirinho na conta de Eduardo Cunha, lembra-se?, foi atribuído à venda de carne moída brasileira, enlatada, para a África.

O Quadrilhão, por enquanto o principal processo da Lava Jato, que envolve Lula, o sobrinho de sua primeira esposa, e a Odebrecht, tem tudo a ver com a África — exceto o dinheiro, que passa por lá e volta para os bolsos já preparados para recebê-lo (e distribuí-lo). A Exergia, empresa energética do sobrinho, foi criada, segundo a Polícia Federal, apenas para receber e destinar corretamente os pixulecos da Odebrecht. O sobrinho tinha metade de uma empresa de fechamento de varandas. Criou a Exergia, que firmou 16 contratos com a Odebrecht, financiados pelo BNDES. E sua vida mudou: viagens, jatinhos, gastos exuberantes, contatos com estadistas.

Um desses estadistas é o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Seu país é rico, tem petróleo e diamantes; seu povo é pobre, vivendo com cerca de R$ 7 por dia; sua filha é a mulher mais rica da África. E deste relacionamento, diz a investigação, R$ 31 milhões sobram para o sobrinho do homem. Acompanhe o julgamento do Quadrilhão, que pode levar à prisão um ex-presidente e líder popular. Mas tem muito mais.

 

O caminho das pedras

Os diamantes, pedras pequenas e valiosas, fáceis de esconder, sempre foram as favoritas de quem quer contrabandear dinheiro. E consta que Angola, ainda bem relacionada com Portugal, seu ex-colonizador, e com países como Cuba, faz parte do ciclo de movimentação de valores. Se depósitos bancários são monitorados e arrestados, dinheiro embutido em financiamentos internacionais circula com muito mais segurança e garantia.

O Banco Espírito Santo baseou suas operações no triângulo África, Brasil, Espanha; mas cometeu uma série de irregularidades graves. Na mesma época, uma senhora que costumava viajar no avião presidencial brasileiro sem constar na lista de passageiros foi várias vezes à África, e daí a Portugal. Rumores, até hoje não comprovados, citavam a entrega de pacotes e caixotes, talvez  lembranças, a funcionários do banco.

E dizia-se que qualquer problema no Espírito Santo se refletiria no pai e no filho.

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Registrado

Todas as histórias estão narradas no relatório da CPI do BNDES. Veja tudinho em “Como Lula operou na África”, de Cláudio Júlio Tognolli. É grande, mas fascinante. Compensa ler.

 

Golpe. Na praça.

Atenção, turma do não vai ter golpe: teve golpe, sim. Pela segunda vez em dois anos, o Tribunal de Contas da União rejeitou as contas de Dilma Rousseff.

Considerando-se que o Parlamento foi criado para impedir que o Estado dilapide o Tesouro, duas vezes em dois anos é muito golpe na praça.

 

O nosso é o deles

Como ninguém para de apregoar, o Governo está sem dinheiro. Que fazer? Pois estão propondo no Congresso a criação de um fundo público de R$ 3 bilhões, com o nobre objetivo de pagar, com nosso dinheiro, a campanha eleitoral de Suas Excelências. E ninguém está regulando mixaria: além dos R$ 3 bilhões, continuará sendo pago, sempre com dinheiro público, o Fundo Partidário, que, com R$ 724 milhões, tem a nobre missão de pagar o funcionamento de nossas dezenas de partidos.

O problema que se pretende resolver com nosso dinheiro é a proibição das doações de empresas. Mas o problema, pelo jeito, não é tão grande: resolve-se recorrendo ao bolso de cidadãos já sufocados por tanto imposto.

 

Pense no impensável

Militantes petistas que seguem a orientação do ex-governador gaúcho Tarso Genro há algum tempo fazem críticas ao comando do partido e até mesmo a Lula. Jamais pensaram, porém, em afastar Lula, seu sumo-sacerdote.

Mas uma derrota como esta faz com que muita gente pense no impensável. À derrota se soma a demissão de 50 mil petistas hoje em cargos comissionados (nomeados sem concurso), e que terão agora de procurar emprego como cidadãos comuns, gente como a gente. Mais grave: a queda da receita do dízimo (cada petista comissionado se obriga a dar ao partido 10% de seus vencimentos). Pior ainda: a Lava Jato cria uma série de riscos a outra importante fonte de rendas, a propina para o partido.

Em casa onde falta pão, todo mundo briga e todos se sentem com razão.

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Estrela apagada

Em São Bernardo, berço político de Lula e do PT, o segundo turno será disputado entre PSDB e Alex Manente. Ambos rejeitam o apoio do PT e do prefeito Luiz Marinho.

Ambos sabem o peso de um prefeito mal sucedido.

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