Usinas eólicas estão chegando a Nova York

Empresas tentam aproveitar de maneira criativa a grande e subutilizada capacidade da cidade mais populosa dos EUA

Por The New York Times
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h15 - Publicado em 16 ago 2010, 13h24

Usina eólica em Nova Iorque (Getty Images/VEJA)

“Nova York é uma cidade com muito vento, adequada para transformar brisas em eletricidade”, diz Bill Baroni, subdiretor da Autoridade Portuária

Durante anos, autoridades de Nova York pretenderam alimentar a região com um enorme conjunto de turbinas de vento no Oceano Atlântico, ao largo de Long Island. Mas, bem antes de um parque eólico ser instalado e construído no mar, turbinas gigantescas podem estar girando em breve muito mais perto da cidade.

Dentro de três anos, a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey espera ter cinco torres de vento, cada uma com mais de 85 metros de altura, operando no lado oeste ao porto de Nova York. Perto dali, na cidade de Bayonne, Nova Jersey, há planos de instalar um turbina igualmente grande para gerar energia a uma estação de bombeamento de esgoto. Enquanto isso, o Departamento de Veteranos estuda a colocação de turbinas eólicas para seus hospitais em Manhattan e no Brooklyn.

“Nova York é uma cidade com muito vento, adequada para transformar brisas em eletricidade. Se espaços abertos não fossem tão raros, a cidade poderia ser um local privilegiado para aproveitar o vento”, diz Bill Baroni, subdiretor da Autoridade Portuária. “Qualquer um que já ficou nas docas de Weehawker à espera de uma balsa sabe que é uma região de muito vento”, diz Baroni. “Aparentemente, é um bom local para colocar usinas eólicas.”

Em 2008, o prefeito Michael Bloomberg anunciou um plano de utilização da energia eólica para ajudar a reduzir a dependência da cidade de centrais elétricas que funcionam com combustíveis fósseis. Até agora, não há esforços em grande escala para aproveitar o vento da cidade, apenas projetos de pequenas turbinas no telhado de um prédio de apartamentos no Bronx e um painel eletrônico da Coca-Cola movido a energia eólica na Times Square.

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Parque – A Corporação de Desenvolvimento Econômico da cidade vem estudando a viabilidade de colocar turbinas em cima de edifícios. Mas a maior esperança repousa em parcerias entre empresas de serviços públicos e a Autoridade de Energia de Nova York, que tem projetos para construir um parque eólico de 65.000 hectares no Atlântico. O consórcio afirmou, no final de junho, que iria candidatar-se a um contrato de arrendamento de 25 anos com a esperança de gerar até 700 megawatts de energia em 2016. Enquanto funcionários municipais navegam nas questões logísticas e políticas do ambicioso plano, outras agências avançam em terreno mais sólido.

O projeto da Autoridade Portuária no porto de Nova Jersey, na divisa de Bayonne e Jersey City, pode ser semelhante, na aparência e propósito, para uma usina eólica em uma estação de tratamento de esgoto em Atlantic City, construída há cinco anos. A entidade busca sugestões de empresas interessadas na gestão do projeto sobre como configurar as turbinas. Conforme Baroni, elas poderiam estar em funcionamento até 2013.

Com ventos fortes, as cinco turbinas poderiam gerar algo como 7,5 megawatts, suficiente para atender a 2.000 casas. O órgão pretende utilizar a energia para operar o porto de contêineres e usar o excedente na rede elétrica local. “Este é um compromisso da Autoridade Portuária para reduzir sua pegada de carbono e ser um vizinho melhor. Vai economizar dinheiro e também é bom para o meio ambiente. Alguém precisa ser o primeiro, e seremos nós.”

Na cidade de Bayonne o vento pode chegar mais rápido. A construção de uma usina de 80 metros já começou em uma planta operada pela prefeitura. A torre de 5,6 milhões de dólares será a maior turbina de Nova Jersey, fora a de Atlantic City. A cidade planeja vender o excedente de energia, economizando pelo menos 150.000 dólares por ano. “Vai ser um ícone”, acredita Stephen Gallo, diretor da prefeitura. “Será a primeira usina eólica no porto de Nova York. Você a verá de qualquer lugar da água.”