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Tesouro sem fim: os detalhes da nova expedição ao Titanic

Robôs vão passar vinte dias submersos, com o objetivo de fotografar e vasculhar os destroços, inclusive áreas internas que ainda permanecem inexploradas

Por Sara Salbert
17 ago 2024, 08h00
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  • ENTRE ALGAS - Destroços do Titanic: expedições tentam resgatar todos os detalhes do naufrágio ocorrido em 1912
    ENTRE ALGAS - Destroços do Titanic: expedições tentam resgatar todos os detalhes do naufrágio ocorrido em 1912 (OceanGate Expeditions/Divulgação)

    Imortalizado pelo filme de 1997 dirigido pelo canadense James Cameron, que se consagrou como a quarta maior bilheteria da história do cinema, o Titanic — transatlântico “inafundável” que afundou em sua viagem inaugural, de Southampton, na Inglaterra, para Nova York, em 1912 — continua a despertar fascínio. Pousado no chão do Atlântico Norte, a 3 800 metros de profundidade, há mais de um século, depois de colidir com um iceberg e naufragar, partindo-se em dois pedaços, o Titanic é um farol de atração de cientistas, historiadores e aventureiros, alvo de seguidas missões para mapear os destroços, verificar o nível de preservação e recuperar o que for possível. Uma das mais ambiciosas está em andamento agora: a RMS Titanic, empresa americana detentora dos direitos exclusivos sobre o resgate de objetos, lançou em julho uma expedição para capturar as imagens mais nítidas e detalhadas já feitas do transatlântico.

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    Desde que os destroços foram localizados, em 1985, a RMS Titanic conduziu oito expedições com o objetivo de registrar imagens, documentar e recuperar artefatos do navio, que incluem 65 frascos de perfume, malas de couro e relógios pertencentes, em sua maioria, aos passageiros da primeira classe. Cerca de 5 500 objetos já foram trazidos do fundo do mar, boa parte deles leiloados e arrematados por ávidos colecionadores — um deles pagou 1,4 milhão de dólares pelo relógio de bolso, de ouro maciço, do milionário John Jacob Astor. Mais de uma década depois da última incursão, realizada em 2010, a empresa retorna ao local do naufrágio com um arsenal tecnológico renovado: dois ROVs (veículos subaquáticos operados remotamente) de 6 toneladas.

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    ROBÔ AQUÁTICO - ROV sendo retirado do mar: exploração com alta tecnologia
    ROBÔ AQUÁTICO - ROV sendo retirado do mar: exploração com alta tecnologia (Steve Vasquez/U.S. Navy/Getty Images)

    Os imensos robôs vão passar vinte dias submersos, com o objetivo de fotografar e vasculhar os destroços, inclusive áreas internas que ainda permanecem inexploradas. “Os registros coletados até agora superaram nossas expectativas e proporcionarão ao público as imagens mais detalhadas, precisas e claras já obtidas do Titanic”, disse a VEJA o colíder da expedição, David Gallo. Um dos ROVs está equipado com câmeras ópticas de ultra-alta definição e um sistema de iluminação especialmente projetados para capturar imagens com nitidez absoluta. O segundo veículo transporta um conjunto avançado de sensores, encarregado de escanear cada recanto do navio e seus arredores.

    Os robôs vão ainda detectar todos os metais presentes na área do naufrágio, inclusive os que estão enterrados na areia e nunca foram vistos. “Seria um sonho poder determinar o que aconteceu com a proa abaixo do solo do mar”, imagina o engenheiro Alison Proctor, que faz parte da missão. Além de documentar o estado atual da embarcação, a expedição pretende se aproximar de objetos que foram avistados sem nitidez, como um castiçal elétrico e os restos de um piano, e identificar os artefatos ameaçados de desaparecer devido à decomposição.

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    “INAFUNDÁVEL” - O Titanic deixa Southampton: colisão com um iceberg
    “INAFUNDÁVEL” - O Titanic deixa Southampton: colisão com um iceberg (GL Archive/Alamy/Fotoarena/.)

    Há 112 anos nas profundezas do Atlântico, o Titanic enfrenta um processo de deterioração acelerado por poderosas correntes oceânicas, pela corrosão salina e pela proliferação de bactérias que devoram o ferro da estrutura. Diante da previsão de que o que resta do navio se tornará irreconhecível até 2030, os pesquisadores pretendem utilizar os milhões de imagens capturadas durante a expedição atual para criar um modelo em 3D detalhado dos destroços e de todo o fundo do mar ao redor. A missão de reconhecimento visa não apenas preservar a memória do Titanic com um altíssimo nível de precisão como também fornecer material para o estudo científico e histórico de sua estrutura, garantindo que seu legado permaneça intacto para as futuras gerações. “A alta resolução dos sistemas de câmera permitirá que a posteridade observe os objetos submersos e pesquise até os menores destroços e artefatos da embarcação”, diz Evan Kovacs, responsável pelo programa de captação de imagens.

    A expedição agora em marcha marca a retomada das operações comerciais no transatlântico após o trágico acidente com o submersível da empresa OceanGate Expeditions, em junho do ano passado, que implodiu nas proximidades dos destroços, matando os cinco passageiros a bordo. Entre as vítimas estava o francês Paul-Henri Nargeolet, o Mr. Titanic, maior conhecedor do navio e seu naufrágio. Ex-comandante da Marinha francesa, Nargeolet ocupava o cargo de diretor de pesquisa da RMS Titanic Inc. e havia sido selecionado para liderar a missão atual. Uma placa em sua homenagem, e em memória de todos os que pereceram no local, agora faz companhia aos restos do naufrágio que nunca será esquecido.

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    Publicado em VEJA de 16 de agosto de 2024, edição nº 2906

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