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Personalidade ajuda fêmea de babuíno a ter parceiros estáveis

Pesquisa mostra que animais mais amigáveis têm menos stress e mais parceiros estáveis que os solitários

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h26 - Publicado em 3 out 2012, 15h25

Os primatas são animais extremamente sociáveis. Pesquisas anteriores já mostraram que o número de laços sociais e as posições hierárquicas são extremamente importantes – inclusive entre os humanos – e podem levar a uma vida mais longa e saudável. Agora, uma nova pesquisa feita por cientistas de Universidade da Pensilvânia mostrou que não é só o nível hierárquico dos primatas que determina seu sucesso social, mas sua personalidade. O estudo foi publicado nesta segunda-feira na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Variation in personality and fitness in wild female baboons

Onde foi divulgada: revista PNAS

Quem fez: Robert M. Seyfarth, Joan B. Silk e Dorothy L. Cheney

Instituição: Universidade da Pensilvânia

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Dados de amostragem: 45 fêmeas de babuíno que vivem na Reserva Moremi Game, em Botsuana

Resultado: Os pesquisadores dividiram os babuínos em três grupos, de acordo com sua personalidade: agradáveis, indiferentes e solitários. Os solitários apresentavam laços sociais mais fracos e parceiros sexuais menos estáveis – o que resultava em dificuldades reprodutivas e maiores níveis de stress.

Ao estudar fêmeas de babuínos, os cientistas traçaram três tipos de personalidade para os animais: agradáveis, indiferentes e solitários. Cada um dos tipos apresentava um grau diferente de sociabilidade e estabilidade de parceiros, o que estaria diretamente ligado à saúde do animal e a seu sucesso reprodutivo. Os babuínos solitários, por exemplo, tinham menos laços sociais e menos parceiros estáveis, além de sofrer mais stress. Por isso, mostravam uma saúde deteriorada e menos sucesso na reprodução. “Esse resultado nos permitiu mostrar, pela primeira vez em primatas selvagens, as relações entre características de personalidade, habilidades sociais e sucesso reprodutivo. Ao ser um babuíno agradável, o animal aumenta suas chances de ter laços sociais fortes, que podem ser traduzidos em maiores chances de transmitir seus genes”, diz o psicólogo Robert Seyfarth, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores analisaram durante sete anos a dinâmica social e a saúde de um grupo de 45 babuínos fêmeas vivendo na Reserva Moremi Game, em Botsuana. Entre os babuínos, as fêmeas herdam sua posição hierárquica diretamente de suas mães, o que pode lhes dar acesso privilegiado a comida e parceiros. No entanto, nem sempre ser bem colocada na sociedade é sinônimo de sucesso reprodutivo. “O nível hierárquico não prevê tão bem o sucesso reprodutivo quanto as redes de relações sociais e relacionamentos estáveis ao longo do tempo. Com isso, passamos a nos perguntar o que criaria essas redes sociais fortes”, diz Robert Seyfarth. Como resultado, descobriram que o número e a profundidade dos laços sociais são ditados pela personalidade dos animais �- não muito diferente do que acontece entre os humanos.

Grunhido social – Para medir o nível de sociabilidade dos babuínos, os pesquisadores levaram em conta diversos traços de sua personalidade. Eles, por exemplo, contaram com quantos parceiros o macaco se envolvia no hábito de catação, uma espécie de afago em que um macaco busca por parasitas nos pelos do outro. Eles também mediram a sua tendência a ser amigável ou agressivo com os outros e os grunhidos trocados durante a convivência, que servem para demonstrar intenções pacíficas e amistosas. Por fim, os cientistas mediram a relação dessas características com benefícios como tempo de vida do indivíduo e número de filhos.

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Com essas informações, eles classificaram os animais nos três tipos de personalidade. As fêmeas agradáveis eram amigáveis com todas as outras, e grunhiam bastante, inclusive para aquelas que estavam pior colocadas na hierarquia social. Elas formavam laços sociais fortes e duráveis, com preferências de parceiros estáveis ao longo do tempo.

As fêmeas indiferentes eram menos amigáveis e mais agressivas umas com as outras, grunhindo apenas para aquelas que estavam mais bem colocadas no ranking. Como resultado, elas formavam laços sociais mais fracos, mas tinham parceiros muito estáveis.

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Já as solitárias andavam sozinhas na maior parte do tempo, eram muito pouco amigáveis e grunhiam só para as superiores hierárquicas – mas apenas em momentos em que podiam se beneficiar disso. Como resultado, formavam laços sociais fracos e trocavam de parceiros constantemente. Por isso, enfrentavam dificuldades na hora da reprodução, e sofriam maior stress social, acarretanto em uma saúde mais deteriorada.

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