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Pererecas brasileiras usam espinhos da cabeça para injetar veneno

A 'Corythomantis greeningi', encontrada na Caatinga, e a 'Aparasphenodon brunoi', que vive na Mata Atlântica, podem ser os primeiros anfíbios peçonhentos já registrados

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h02 - Publicado em 7 ago 2015, 15h24

Duas novas espécies de pererecas descobertas no Brasil por cientistas do Instituto Butantan, em São Paulo, e da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, podem ser os primeiros anfíbios peçonhentos já registrados. A Corythomantis greeningi, encontrada na Caatinga, e a Aparasphenodon brunoi, que vive na Mata Atlântica, têm um modo único de envenenar seus adversários: por meio de espinhos ósseos na cabeça.

Para os cientistas, existe uma diferença entre animais peçonhentos e venenosos. Os peçonhentos, como as cobras, utilizam um mecanismo de defesa ativa e seu veneno serve para caçar as presas. Os venenosos usam a defesa passiva, ou seja, apenas se defendem dos predadores, como muitos sapos e pererecas, que secretam toxinas por meio de glândulas na pele.

“O que há de especial nessas duas pererecas é que elas têm um comportamento que combina os dois mecanismos. Quando estudamos a cabeça delas, vemos que os seus crânios parecem um cacto. Elas praticamente não têm pele sobre a cabeça. Esses espinhos permitem que ela injete o veneno”, afirmou o biólogo brasileiro Carlos Jared, um dos autores do artigo publicado nesta quinta-feira (6) na revista científica Current Biology.

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Jared estuda animais da caatinga desde 1987 e descobriu o mecanismo das pererecas de uma maneira bastante dolorosa. Depois de manipular vários exemplares durante um trabalho de campo na caatinga do Rio Grande do Norte, sentiu dores intensas no braço por mais de cinco horas. “Achei que tinha contraído alguma infecção, tal a intensidade da dor. Só depois dos estudos pudemos entender a causa: o veneno da perereca tem um componente que causa uma dor pura, sem infecção”, afirmou.

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Segundo ele, o veneno é usado de um modo “pedagógico” pela perereca. “Imagine o que um animal como esse produz na mucosa do predador que tenta mordê-la. Se ele sobrevive, certamente nunca mais se atreverá a chegar perto da perereca”, disse.

Os cientistas descobriram que, além dos espinhos na cabeça, as duas pererecas têm a capacidade de movimentar a cabeça – o que pode aumentar sua eficiência como “arma”. “É um caso interessante. Elas conseguem fazer ‘sim’ e ‘não’ com a cabeça. Os anfíbios não têm pescoço e, em geral, não fazem isso”, explicou Jared.

(Com Estadão Conteúdo)

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