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Origem da vida na Terra pode estar no espaço

Estudo mostra que moléculas essenciais para o surgimento da vida podem ter se formado na superfície de cometas e chegado à Terra por meio deles

Por Juliana Santos
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h22 - Publicado em 8 mar 2013, 13h48
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  • Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Universidade do Havaí em Manoa sugere que moléculas complexas, que deram origem à vida, podem ter chegado à Terra através de cometas ou meteoritos. Os resultados serão publicados no periódico The Astrophysical Journal no dia 10 de março.

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    Conheça a pesquisa

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    TÍTULO ORIGINAL: On the formation of dipeptides in interstellar model ices

    ONDE FOI DIVULGADA: periódico The Astrophysical Journal

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    QUEM FEZ: R. I. Kaiser, A. M. Stockton, Y. S. Kim, E. C. Jensen e R. A. Mathies

    INSTITUIÇÃO: Universidade da Califórnia em Berkeley e Universidade do Havaí em Manoa

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    RESULTADO: Moléculas orgânicas complexas, como dipeptídeos, que são essenciais para o surgimento da vida, podem ter ser originado na superfície de cometas e meteoritos e ter sido trazidos para a Terra por eles.

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    O experimento mostrou que as condições do espaço eram capazes de criar dipeptídeos (par de aminoácidos interligados), essenciais para a formação de proteínas, enzimas e moléculas mais complexas, que são necessárias à vida.

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    Apesar de os cientistas já terem descoberto moléculas orgânicas mais simples, como aminoácidos, em meteoritos que caíram na Terra, até hoje não foram encontradas estruturas mais complexas. Por essa razão, a teoria mais aceita é a de que a “química da vida” teria se originado nos oceanos primitivos do planeta.

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    Pesquisadores encontram meteorito marciano rico em água

    Experimento – Em uma câmara de vácuo, com temperatura de dez graus kelvin (-263ºC) acima do zero absoluto (menor temperatura possível, equivalente a -273,15 ° Celsius), os pesquisadores reproduziram a camada de gelo que recobre a superfície dos cometas, incluindo dióxido de carbono, amônia e hidrocarbonetos como metano, etano e propano (compostos de carbono e hidrogênio). Quanto atingidos por elétrons de alta carga energética, para simular os raios cósmicos no espaço, os compostos químicos reagiram e formaram compostos orgânicos complexos.

    Os resíduos formados foram analisados em laboratório por um instrumento ultrassensível de detecção de moléculas orgânicas no sistema solar, que encontrou nove aminoácidos diferentes e dois dipeptídeos. Para os autores, essas moléculas poderiam ter chegado à Terra por meteoritos e cometas, originando a vida como conhecemos hoje.

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    Opinião do especialista

    Douglas Galante

    Pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da Universidade de São Paulo

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    “Esse trabalho é de uma área conhecida como Astroquímica, que estuda a formação de moléculas no meio espacial, seja em nuvens de gás, seja em fase sólida, como o gelo de cometas ou na superfície de grãos de poeira, abundantes no meio interestelar. É um estudo interessante e muito cuidadoso, porém, como tudo em ciência, é baseado em outros trabalhos anteriores.

    “De fato, nós sabemos que por ano caem na Terra toneladas de material (pequenos meteoros, cometas, poeira) vindo do espaço. A água de nosso planeta, em grande parte, foi trazida para cá assim. Na formação do planeta, bilhões de anos atrás, talvez esse processo tenha sido o responsável por trazer, além da água, o material orgânico necessário para que a vida surgisse. Por isso, é importante que saibamos quais as reações e quais moléculas podem acontecer nos cometas, pois isso servirá de base para dizermos se esse processo seria capaz de ‘adubar’ nosso planeta para que a vida tenha surgido.

    “Os peptídeos em geral, incluindo os dipeptídeos, são necessários para a formação de moléculas com função biológica, como as enzimas e proteínas. Em alguns casos, já foi mostrado que dipeptídeos podem servir de base para formar açúcares e também para o DNA. Por si só eles não são capazes de gerar uma célula, mas certamente são essenciais para formar algo parecido com a vida como conhecemos. É mais uma parte de um grande quebra-cabeça que ainda estamos montando”.

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