Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Nada de cabeça quente: a verdadeira função da cabeleira e dos cachos

Cientistas das universidades Penn State e Loughborough apresentam evidências iniciais para a função evolutiva dos cabelos e para a variação de suas formas

Por Marília Monitchele
Atualizado em 17 fev 2023, 19h32 - Publicado em 17 fev 2023, 17h58

Uma cabeleira vasta e bem tratada é o sonho de muitas mulheres e homens. Cabelos saudáveis brotando do topo de nossas cabeças podem se tornar um importante traço estético, essencial para a autoestima de muitas pessoas. Mas o apelo pode não ser a única função das madeixas que nos embelezam. Novas evidências científicas apontam que o nosso couro cabeludo evoluiu para nos ajudar a manter a calma ou, no mínimo, para evitar que fiquemos com a cabeça quente.

Essa proteção natural, um verdadeiro escudo solar, parece ter alguns benefícios óbvios, como os que já foram citados. No entanto, cientistas ainda questionam o verdadeiro motivo para a existência de nossas cabeleiras e, mais ainda, o que levaria essa característica a se multiplicar em tantas cores e formatos diferentes. Uma pesquisa feita por cientistas das universidades de Penn State e Loughborough apresenta algumas hipóteses.

Os pesquisadores usaram um manequim térmico em uma câmara climatizada. O boneco especial teve sua cabeça recoberta com diferentes perucas de cabelo humano e descobriram que o manequim cabeludo não absorvia tanto calor quanto quando era careca.

O estudo pode parecer banal à primeira vista, mas aponta para o papel central dos cabelos na regulação térmica dos corpos, o que já havia sido teorizado anteriormente. Os autores perceberam também que, embora todos os formatos de cabelo tenham agido de forma semelhante, no sentido de impedir que a “radiação solar” atingisse o couro cabeludo, os cabelos crespos demonstram ser melhores para essa função.

Continua após a publicidade

Portanto, é provável que nossos cabelos tenham surgido como uma resposta à postura ereta e ao aumento do tamanho dos cérebros. O couro cabeludo surgiu, então, como uma forma de atingir o equilíbrio entre maximizar a perda de calor e minimizar o ganho na área próxima ao cérebro. O resultado seria a “economia” de água desperdiçada no suor. A vantagem dos cabelos cacheados é que eles fornecem uma redução ainda maior nesse influxo de calor, mostrando-se mais efetivos que cabelos lisos.

Cabelos encaracolados são uma característica exclusiva dos humanos, não vista em nenhum outro mamífero. Por esse motivo, a hipótese de que cabelos crespos surgiram como uma resposta termorreguladora já tinha sido levantada. Essa pesquisa, no entanto, é a primeira a explorar como os cabelos auxiliam no controle da carga térmica geral do corpo, não avaliando somente a resposta ao suor. “Nossas descobertas confirmam que, independentemente da textura, o cabelo atua como uma barreira que diminui a perda de calor do corpo (neste caso, o couro cabeludo) para o ambiente”, dizem os pesquisadores.

À medida que a curvatura dos fios aumenta, menos suor é eliminado, economizando assim energia e água. Recursos valiosos em ambientes áridos. O cabelo bem cacheado, pelos pequenos espacinhos favorecidos pela curvatura, permitem que o couro cabeludo “respire” melhor, ao mesmo tempo que ainda garante uma barreira física contra o sol, resultando em uma cabeça mais fresca para suportar as altas temperaturas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.