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Mudança climática ameaça população e economias da América Latina e Caribe

Relatório publicado pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) destaca principais impactos na região

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 jul 2022, 19h42

Os impactos das mudanças climáticas, incluindo secas, tempestades, ondas de calor terrestres e marinhas e derretimento de geleiras, estão afetando a América Latina e o Caribe, da Amazônia aos Andes. Um estudo publicado pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) nesta sexta-feira, 22, destaca as principais consequências para ecossistemas, segurança alimentar e hídrica, saúde humana e pobreza na região.

O relatório foi divulgado durante a Conferência Técnica Regional da WMO para países da América do Sul, organizada em Cartagena, Colômbia. Este é o segundo ano em que a organização produz o documento, que fornece aos tomadores de decisão informações mais localizadas.

Na América do Sul, a degradação da região amazônica ganha destaque pelo papel da floresta no ciclo do carbono. Segundo o levantamento, o desmatamento dobrou em relação à média de 2009 a 2018, atingindo seu nível mais alto desde 2009. Além disso, 22% a mais de área florestal foi perdida em 2021, em comparação a 2020.

A WMO lembra que o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostra mudança nos padrões de precipitação, elevação das temperaturas e áreas sofrendo chuvas fortes. Com o aquecimento e o aumento da acidez dos oceanos Pacífico e Atlântico, um impacto maior deve ser visto na América Latina, ameaçando o abastecimento de alimentos e água.

O agravamento das mudanças climáticas e os efeitos da pandemia não apenas impactaram a biodiversidade da região, mas também paralisaram décadas de progresso contra pobreza, insegurança alimentar e redução da desigualdade na região. A Amazônia, nordeste do Brasil, América Central, Caribe e algumas partes do México provavelmente verão secas constantes, enquanto os impactos dos furacões podem aumentar na América Central e no Caribe.

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O levantamento mostra que riscos hidrometeorológicos, incluindo secas, ondas de calor, ondas de frio, ciclones tropicais e inundações, levaram à perda de centenas de vidas, danos graves à produção agrícola e infraestrutura, bem como deslocamento humano. Segundo o estudo, Andes, nordeste do Brasil e países do norte da América Central estão entre as regiões mais afetadas pelo problema, fenômeno que aumentou nos últimos 8 anos.

O Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres registrou um total de 175 desastres durante o período 2020-2022. Destes, 88% são de origem meteorológica, climatológica e hidrológica. Esses perigos foram responsáveis ​​por 40% das mortes registradas relacionadas a desastres e 71% das perdas econômicas. Um exemplo citado pelo relatório são as inundações e deslizamentos de terra na Bahia e em Minas Gerais, que levaram a uma perda estimada de 3,1 bilhões de dólares.

Para Mario Cimoli, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), enfrentar esses desafios e seus impactos exigirá um esforço conjunto, com ações baseadas em ciência. “O relatório é uma fonte crítica de informações científicas para a política climática e a tomada de decisões”, diz ele.

De acordo com a WMO, a América do Sul está entre as regiões com maior necessidade documentada de fortalecimento dos sistemas de alerta precoce, ferramentas essenciais para uma adaptação eficaz em áreas de risco. Segundo a agência, é vital fortalecer a cadeia de valor dos serviços climáticos, incluindo sistemas de monitoramento, gerenciamento de dados, projeções e informações.

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