Morre Charles H. Townes, um dos pais do raio laser
Ganhador do Nobel de Física em 1964, o cientista americano se dedicou à astronomia e morreu aos 99 anos, em consequência da saúde frágil
O cientista americano Charles H. Townes, um dos inventores do raio laser e prêmio Nobel de Física em 1964, morreu na última terça-feira aos 99 anos, informou a Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. Com a saúde fragilizada, o cientista não resistiu ao ser transferido para o hospital de Oakland, cidade vizinha a São Francisco, na Califórnia.
Townes era professor emérito da Universidade de Berkeley, onde começou a trabalhar em 1967, e até o ano passado ia diariamente a sua sala no Departamento de Física ou ao laboratório de Ciências Espaciais. Após a descoberta do laser, o pesauisador se tornou também o pioneiro no uso dessa tecnologia na astronomia.
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“A morte do professor Charles Townes marca o fim de uma era”, disse o astrofísico Reinhard Genzel, diretor do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre. “Foi um dos físicos experimentais mais importantes do século passado. Sua força estava em sua curiosidade e em seu imperturbável otimismo, que se baseava em sua profunda espiritualidade cristã.”
Invenção do laser – Em 1954, quando ensinava na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Townes criou junto com seus alunos o primeiro maser, um dispositivo que emite radiações micro-ondas e que seria crucial para a posterior criação do laser. Quatro anos depois, ele e seu cunhado, Arthur Schawlow, tiveram a ideia de aplicar o mesmo sistema à luz óptica, em vez das micro-ondas. Os laboratórios Bell, para quem trabalhava, patentearam o laser.
Paralelamente, os russos Aleksandr M. Prokhorov e Nicolai G. Basov chegaram a uma solução para criar um maser e, em 1964, o trabalho de Townes, Prokhorov e Basov foi reconhecido com o Prêmio Nobel de Física. Schawlow obteve o Nobel de Física em 1981 por seus avanços no uso do laser.
O físico prosseguiu suas pesquisas com foco na astronomia e encontrou, com a utilização do laser, as primeiras evidências da existência de um buraco negro no centro de nossa galáxia.
Até o momento, mais de uma dúzia de pesquisadores receberam o Nobel por seus trabalhos com o raio laser, tecnologia hoje amplamente utilizada em áreas como a medicina, astronomia, comunicações e entretenimento.
(Com Agência EFE)