Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mesmo com redução de temperatura, geleiras correm risco

Primeiro estudo a usar análises de satélite para mapear o degelo aponta dados alarmantes para o fim do século

Por Marília Monitchele
6 jan 2023, 17h18

O derretimento das geleiras em decorrência do aquecimento global não é uma novidade. Um novo estudo, porém, aponta que metade das existentes no planeta terá desaparecido até 2100. Entre estas, ao menos 50% não durará nem os próximos 30 anos, mesmo que as metas do Acordo de Paris sejam atingidas. Essas constatações levam a crer que os impactos do degelo são maiores do que se pensava anteriormente.

O artigo, que foi publicado na Science, usou décadas de dados de satélite para mapear as geleiras do planeta com precisão nunca antes vista. Levantamentos anteriores, em geral, se baseavam em medições de geleiras específicas e, a partir disso, faziam-se estimativas. Com as informações de satélite, a equipe de pesquisadores pode analisar, pela primeira vez, cada uma das 200.000 geleiras do planeta. Isso deu a eles uma visão mais completa sobre o quanto elas seriam atingidas em diferentes cenários de mudança climática.

De acordo com os resultados apresentados, no cenário mais otimista, com 1,5° C de aquecimento, a Terra perderia 49% das geleiras. Se o aquecimento continuasse nas taxas atuais, de 2,7° C , o cenário seria ainda mais desastroso, com 68% de gelo a menos. Geleiras na Europa Central, Canadá e Estados Unidos podem nem chegar ao fim deste século.

O processo de degelo tem consequências graves para a vida no planeta, contribuindo para o aumento do nível do mar, ameaçando o abastecimento de água de milhões de pessoas e aumentando o risco de desastres naturais e migração em massa. Se o aumento da temperatura obedecer ao pacto firmado no Acordo de Paris, espera-se que o nível do mar aumente 90 milímetros entre 2015 e 2100. Permanecendo nos níveis atuais, poderíamos chegar a 115 milímetros a mais no nível dos oceanos. Esses cenários trazem números até 23% maiores que as estimativas anteriores.

Cordilheiras mais baixas, como os Alpes e os Pirineus, podem ter seus picos extremamente afetados pelo calor. Nos Alpes, por exemplo, as geleiras podem se tornar 70% menores até 2050. Os topos nevados seriam substituídos por rochas nuas em alguns pontos. Além da perda estética, a biodiversidade poderia ser massivamente afetada, levando a uma redução expressiva de flora e fauna, tendo em vista que os ambientes glaciais são altamente sensíveis ao aquecimento e as espécies montanhosas estão entre as mais sujeitas a extinção, por não ter para onde fugir em busca de ambientes mais frescos, vivendo já no extremo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.