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Macacos separados da mãe após nascimento têm mais chances de desenvolver doenças

Estudo promovido por pesquisadores americanos comparou o histórico de saúde de 231 macacos rhesus submetidos a três tipos de criação logo após o nascimento: com a mãe, em grupo e isolados

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h35 - Publicado em 25 Maio 2012, 20h46

Um estudo realizado por pesquisadores americanos mostrou que macacos que são separados das mães logo após o nascimento têm maior tendência a desenvolver doenças na vida adulta. O resultado do trabalho foi publicado na edição desta semana da revista PNAS.

Estudos anteriores já tinham mostrado alterações hormonais e no tamanho do cérebro em macacos separados da mãe logo após o nascimento. De acordo com os pesquisadores, nenhum deles mostrou de que forma essas alterações afetam a saúde desses animais. Para chegar a esses resultados, os autores do trabalho analisaram o histórico de saúde de 231 macacos rhesus que foram criados no Instituto Nacional de Saúde, em Maryland, nos Estados Unidos.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Primate evidence on the late health effects of early-life adversity

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Onde foi divulgada: revista PNAS

Quem fez: Gabriella Contia, Christopher Hansmanb, James J. Heckmanc, Matthew F. X. Novakd, Angela Ruggierod e Stephen J. Suomid

Instituição: Universidade de Chicago e Universidade de Columbia, Nova York.

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Dados de amostragem: 231 macacos rhesus em cativeiro

Resultado: macacos que são separados da mãe logo após o nascimento são mais propensos ao desenvolvimento de doenças

Pesquisa – Os pesquisadores distribuíram esses animais em três grupos logo após o nascimento: um deles foi criado pelas mães, outro criado por membros do próprio grupo e um terceiro passava a maior parte do tempo em uma gaiola com uma garrafa de água quente suspensa – a garrafa serve para substituir a presença dos outros membros do grupo – e tinha apenas duas horas diárias com seus companheiros.

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Do total de 231 macacos que participaram do estudo, 122 foram criados pelas mães, 57 foram criados junto com o grupo e os outros 52 cresceram sozinhos. A maioria dos animais – 126 – era do sexo masculino.

Os macacos que foram criados pelas mães desde o nascimento conviveram com outros animais do grupo em grandes jaulas. Os outros dois grupos foram criados individualmente durante os 37 primeiros dias em uma espécie de berçário.

Os pesquisadores decidiram dividir em dois o grupo de animais separados da mãe para evitar que a amamentação fosse considerada o único fator de influência sobre o aparecimento ou não de doenças.

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Os macacos dos três grupos, todos nascidos no mesmo ano, foram colocados em um único grupo de convívio social quando atingiam idade de 6 meses a 1 ano. Dado que macacos em cativeiro vivem em média 25 anos, a idade desses animais corresponde a até 3 anos da idade humana.

Os macacos que participaram do estudo nasceram entre 2002 e 2007. Cientistas fizeram periodicamente exames físicos e comportamentais desde o nascimento dos macacos até janeiro de 2010. A realização dos exames tinha como objetivo medir tanto a frequência quanto a incidência de distúrbios físicos e comportamentais.

Resultados – Após a análise do histórico de saúde dos grupos, os cientistas concluíram que os machos criados entre seus pares tiveram uma maior propensão de desenvolver um conjunto de doenças do que os macacos criados por suas mães. As doenças apareceram quase duas vezes mais nesse grupo do que naqueles criados com as mães.

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Além disso, macacos de ambos os sexos, separados das mães, também tiveram um maior risco de desenvolver distúrbios comportamentais. As fêmeas criadas em grupo tiveram uma maior probabilidade de se machucar e de perder pelos.

“O que mais nos surpreendeu foi que esse quadro é irreversível. Mesmo após um longo período de convívio social (de 2 a 9 anos, dependendo da idade dos macacos), a separação das mães no início da vida foi determinante no quadro de saúde desses animais na idade adulta”, disse Gabriella Conti, uma das autoras do estudo, em entrevista por telefone ao site de VEJA.

Com os resultados, os autores concluíram que, mesmo que animais tenham um convívio social normal mais tarde, o ambiente em que ele cresce logo após o nascimento é determinante para sua saúde e a presença da mãe é fundamental.

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