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“Herança” romana: piolhos, percevejos, tênias e bactérias

Pesquisa revelou que, além dos sofisticados sistemas sanitários, os romanos também espalharam pela Europa infecções parasitárias e bacterianas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h59 - Publicado em 11 jan 2016, 17h37

Conhecidos por terem criado sofisticados aquedutos e sistemas sanitários, os romanos podem ter espalhado para a humanidade exatamente o que eles mais temiam: diversas espécies de parasitas. Pesquisa publicada na última edição da revista Parasitology, publicação da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, mostrou que banhos quentes em banheiras públicas, água limpa e a busca pela higiene não foram suficientes para manter os parasitas fecais longe da população romana. Em alguns casos, eles ajudaram na reprodução desses micro-organismos.

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Os romanos eram conhecidos na antiguidade por manter hábitos de limpeza como recolher as fezes das ruas, tomar água limpa, banhar-se regularmente e ter banheiros públicos. No entanto, segundo Piers Mitchell, autor do estudo, o esquema sanitário dos romanos parece não ter resultado em uma população mais saudável. Para chegar a essa conclusão, o especialista em evolução de doenças recolheu evidências arqueológicas (como ossos e objetos do cotidiano) e amostras fecais dos sítios localizados no antigo Império Romano. A análise revelou que, mesmo com o aparato de higiene, os romanos continuavam sofrendo com infestações de piolhos, pulgas, percevejos e infecções bacterianas. Parasitas como alguns tipos de tênias e lombrigas provavalmente eram os principais responsáveis por casos de anemia – evidências coletadas na Itália mostraram que 80% dos esqueletos das crianças romanas apresentavam resquícios de casos graves da doença.

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O legado – De acordo com Mitchell, a aparente “fixação” dos romanos com a limpeza pode ter desencadeado uma onda de novas infecções: as fezes que eram limpas das ruas – para deixar a cidade com aspecto mais limpo – acabavam sendo usadas como adubo para o solo. Os habitantes do Império Romano ainda não sabiam que as fezes devem passar por compostagem durante meses antes de serem utilizadas como adubo, e acabaram gerando novos ciclos de infecções.

Outro elemento que pode ter contribuído para a grande população de parasitas que acompanhava os romanos era o “garum”, um molho tradicional e muito popular na antiguidade, feito de peixe cru e fermentado durante horas ao Sol. De acordo com o estudo, esse alimento pode ter sido a causa da grande proliferação das tênias não só entre os romanos, mas por toda a Europa.

Já as grandes banheiras públicas, que garantiam que os romanos cheirassem “melhor”, seriam, na verdade, grandes “criadouros” de ovos de parasitas. O motivo é que a água, constantemente morna, não era trocada diariamente. Segundo as pesquisas, em muitos casos a troca da água dependia de escravos que esvaziariam a banheira com baldes, o que deixava a população imersa nestes grandes proliferadores de parasitas.

(Da redação)

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