Um grupo de cientistas britânicos vai investigar um lago subterrâneo na Antártida nos próximos dois anos na esperança de descobrir pistas sobre as mudanças do clima e a estabilidade da calota de gelo e revelar novas formas de vida. Os pesquisadores visitarão o lago Ellsworth, um dos lugares mais remotos e hostis do planeta, sob uma camada de três quilômetros de gelo. É a primeira parte de um projeto que dura 15 anos, custará 11 milhões de dólares e contará com a participação de oito universidades do Reino Unido.
A camada de gelo que cobre o lago, um dos 387 que existem no subterrâneo da Antártida, aprisionou o calor geotérmico da Terra, impedindo que a água subterrânea congele. Os cientistas vão primeiro instalar os equipamentos de perfuração em novembro e voltarão ao local no fim de 2012 para recolher os dados. O objetivo final é coletar água e amostras do fundo do lago. As informações vão ajudar a entender a estabilidade da calota de gelo ocidental da Antártida e prever o nível do mar no futuro.
Os cientistas também supõem que formas de vida microscópica ainda desconhecidas prosperaram no ambiente escuro e estéril do lago subterrâneo, na temperatura de -25 graus Celsius. É possível que a equipe encontre vírus, bactérias, e outros micróbios. A descoberta pode dar pistas sobre como a vida na Terra se iniciou e evoluiu. Alguns especialistas estão preocupados com a interferência humana em um ambiente ainda intocado e suas consequências permanentes. Para evitar a contaminação do lago, o grupo garante que usará equipamentos esterilizados.
Outros projetos – Um projeto russo também investiga um dos lagos da Antártida. O projeto está concentrado no lago Vostock, na porção oriental do continente gelado. Por causa de problemas técnicos, a expedição terá que esperar até dezembro de 2011 para continuar o trabalho de perfuração. Outro lago, chamado Whillans, está na mira de um grupo americano da Universidade de DeKalb, que planeja sair em expedição até o lago em 2013 ou 2014.