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Expedição russa confirma chegada à superfície de lago isolado há milhões de anos na Antártida

De acordo com o chefe da missão, tudo indica que lago não foi contaminado. Estudos com a água começam em dezembro

Por Marco Túlio Pires
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h46 - Publicado em 8 fev 2012, 13h26
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  • Depois de 20 anos de perfuração, cientistas e engenheiros russos alcançaram a superfície do lago Vostok, localizado quase 4.000 metros abaixo do manto de gelo da Antártida. A informação foi finalmente confirmada pelo chefe da expedição, Valery Lukin, por meio de comunicado no site do Instituto Russo de Pesquisa Antártica. O lago Vostok é o maior lago subglacial – ou seja, abaixo de uma geleira – do mundo, com 250 quilômetros de extensão e 50 quilômetros de largura. O corpo de água está isolado pelo gelo há 15 milhões de anos e pode abrigar organismos vivos nunca antes estudados pela ciência. O lago também guarda segredos sobre o clima da Antártida de milhões de anos atrás.

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    LAGO VOSTOK

    O Lago Vostok é o maior lago subglacial do mundo, ou seja, é um lago que se encontra sob uma geleira. Ele está localizado a quase 4 quilômetros abaixo do manto de gelo da Antártida, abaixo de uma estação russa de mesmo nome. O lago tem uma forma elíptica com 250 quilômetros de comprimento e 50 quilômetros de largura. Estima-se que o Lago Vostok tenha um volume de água doce equivalente a 5.400 quilômetros cúbicos. Isso equivale a três vezes o volume do Lago Ontário, um dos cinco grandes lagos americanos. Os cientistas acreditam que a água é mantida líquida pelo calor de uma fonte geotermal abaixo do lago e pela pressão 400 vezes superior à da superfície no nível do mar.

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    Esclarecimento – A notícia foi divulgada um dia depois de Lukin ter afirmado à revista britânica Nature que seria “muito cedo” para confirmar a chegada da broca à superfície do lago subglacial. Por meio de nota enviada ao site do instituto russo, Lukin explicou que dados preliminares, obtidos no dia 4 de fevereiro, apontavam o contato da broca com água líquida, mas não houve confirmação visual. “Esse contato foi erroneamente noticiado por alguns veículos de comunicação como a confirmação de que tínhamos alcançado a superfície do lago”, disse Lukin.

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    Na ocasião, a equipe percebeu que não havia mais gelo no caminho da broca. O canal foi preenchido por cerca de 40 litros de água, que se congelou enquanto os cientistas tentavam recuperá-la. “As amostras de água congelada que coletamos eram frescas”, disse Lukin, indicando que o líquido teria vindo do lago. Contudo, isso não quer dizer que os especialistas tinham alcançado o gigantesco corpo de água subglacial. A perfuração continuou por mais um dia e, no dia 5 de fevereiro, a 3.769 metros de profundidade, a broca fez o primeiro contato com o lago. “Percebemos uma mudança brusca nos sensores do equipamento e um sinal de alerta foi enviado à superfície”, disse o chefe da expedição. (continue lendo a matéria)

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    Lago Vostok ()

    Sem contaminação – De acordo com o comunicado, tudo indica que não houve contaminação do lago Vostok. “Como previsto em teoria há 11 anos, os resultados foram provados na prática”, disse Lukin. O cientista se referiu à ideia de que, quando a broca chegasse à superfície do lago, a pressão da água faria com que o líquido inundasse o tubo de perfuração, empurrando o querosene usado para mantê-lo aberto em direção à superfície. Isso manteria o lago livre de contaminação. “Menos denso que a água, o fluido de perfuração subiu rapidamente pelo tubo”, disse. “500 litros do líquido jorraram pela superfície e foram coletados por um sistema de bandejas até um barril”. A declaração, contudo, não descarta a possibilidade de contaminação do lago.

    Lukin finalizou o comunicado em tom de celebração: “A conquista dos pesquisadores e engenheiros russos foi um grande presente para o dia da ciência russa, celebrada pelo país no dia 8 de fevereiro”, disse. Agora, a expedição retornará à Rússia. A próxima visita ao Vostok será em dezembro, durante o verão polar. Só então eles vão iniciar os estudos científicos com a água do Lago Vostok.

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